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Moedas: dólar cai ante rivais e rublo russo dispara, em meio a negociações sobre guerra

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Estadão Conteúdos

O dólar se enfraqueceu ante rivais nesta terça-feira, 29, enquanto a maior busca por risco predominou nos mercados internacionais em meio às negociações entre Rússia e Ucrânia sobre a guerra. O rublo russo, por sua vez, disparou mais de 12% frente a divisa americana, neste cenário.

O índice DXY, que mede o dólar frente seis rivais, recuou 0,69%, a 98,404 pontos. No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 122,92 ienes, enquanto o euro subia a US$ 1,1086 e a libra, a US$ 1,3096.

Negociadores ucranianos e russos se encontraram em Istambul hoje, no entanto, as conversas não garantiram um cessar-fogo para o conflito. Ainda assim, a Rússia anunciou desescalada militar em Kiev. A movimentação de tropas foi confirmada pelo Pentágono, que pontuou terem sido poucas. Paralelamente, líderes do Ocidente se mostraram dispostos a ampliar sanções contra Moscou.

O debate sobre pagamentos de ativos de energia em rublos para Rússia teve continuidade. O Kremlin disse que empresas estrangeiras precisam pagar o gás russo na moeda do país, enquanto o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou não ser possível. Companhias do setor e outros líderes já fizeram afirmações semelhantes. Em meio ao que Moscou chama de “guerra econômica”, o Ministério de Finanças informou que irá pagar os detentores de eurobônus que vencem no dia 4 de abril em rublos.

A divisa russa chegou a saltar 12% hoje durante a sessão em comparação à americana. O euro também avançou, dados os comentários mais hawkish> do Banco Central Europeu (BCE), avalia o BBH. Entre os impulsos para menor risco e perspectiva de aperto monetário mais duro pelo Federal Reserve (Fed), o banco acredita que a perspectiva para alta do dólar segue intacta.

No médio prazo, o Wells Fargo concorda com a perspectiva de um dólar mais forte. O iene, euro e libra, porém, devem subir menos do que o previsto. Já os dólares australiano, canadense e neozelandês devem mostrar alguma resiliência, espera o banco.

O ING, por sua vez, mantém a visão de riscos crescentes contra o dólar. O acentuado aumento de juros nos Treasuries de curto prazo tendem a ser um driver importante para os movimentos de câmbio, mas não tem sido seguido pela força do dólar, observa o banco holandês. “Por isso, a divisa americana tem se mostrado subvalorizada contra a maioria das moedas G10 no curto prazo”, dizem analistas.