O dólar recuou ante os principais pares nesta segunda-feira, 8, em meio a um compasso de espera pela inflação de outubro nos Estados Unidos, que será divulgada nesta quarta-feira, 10. Com os investidores dispostos a comprar risco nos mercados globais, a demanda por ativos de segurança como a moeda americana ficou reduzida na sessão.
Perto do horário de fechamento das bolsas de Nova York, o dólar recuava a 113,26 ienes, o euro subia a US$ 1,1590 e a libra avançava a US$ 1,3567. O índice DXY, que mede a variação da divisa dos EUA contra seis pares, por sua vez, registrou perda de 0,29%, a 94,049 pontos.
“Um dólar volátil alternou entre ganhos e perdas modestos antes dos dados de inflação do meio da semana”, afirma o economista sênior Joe Manimbo, da Western Union. Na visão do analista-chefe de mercados da CMC Markets, Michael Hewson, a divisa passou por uma correção após os ganhos da semana passada.
O apetite por risco nos mercados globais, especialmente em Nova York, foi impulsionado pela aprovação de um pacote trilionário de investimentos em infraestrutura nos EUA. O projeto de lei passou no Congresso americano na noite de sexta-feira, 5.
Ao longo da sessão hoje, os investidores também acompanharam discursos de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Vice-presidente da instituição, Richard Clarida afirmou que as condições necessárias para uma elevação de juros nos EUA podem ser atingidas até o fim de 2022. A diretora Michelle Bowman, por sua vez, disse que as forças que elevam a inflação devem durar até o ano que vem.
“Os dados provavelmente serão uma peça central para fornecer nuances nas tendências cambiais”, dizem analistas do TD Securities ao comentar as expectativas para a semana. “O CPI índice de preços ao consumidor dos EUA será fundamental e esperamos um número mais forte do que o consenso. Isso deve apoiar o dólar.”
Para o Brown Brothers Harriman (BBH), a tendência de fortalecimento do dólar aumentou na semana passada, quando o Fed anunciou o começo do tapering, a redução gradual das compras de ativos, processo que deve ser finalizado em junho. Na avaliação do presidente da distrital de St. Louis da instituição monetária, James Bullard, o processo de retirada de estímulos poderia até mesmo ser acelerado.