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Moedas Globais: índice DXY do dólar recua, com Powell e outros dirigentes do Fed

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Estadão Conteúdos

O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, teve sessão volátil, em meio a declarações públicas de alguns dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), entre eles seu presidente, Jerome Powell. A perspectiva de aperto monetário, porém, não impulsionou a moeda hoje, com alguns analistas considerando que esse movimento do Fed já foi precificado pelo mercado.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 115,31 ienes, o euro tinha alta a US$ 1,1369 e a libra avançava a US$ 1,3627. O índice DXY recuou 0,38%, a 95,624 pontos.

O aperto monetário do Fed e a redução dos estímulos está em grande medida já prevista no posicionamento do mercado, por isso o dólar teve uma pausa em suas altas em dezembro, mesmo com investidores destacando a postura hawkish do Fed, afirmou Scott Petruska, estrategista cambial do Silicon Valley Bank, ao jornal The Wall Street Journal. “Será um ano desafiador para o dólar continuar a avançar”, acredita ele, especialmente quando outros grandes bancos centrais também apertarem suas políticas monetárias.

A Western Union, por sua vez, afirma em relatório que o dólar tem oscilado em níveis elevados, nos quais já está desde o fim de novembro. Para ela, o dólar tem de fato certa dificuldade para avançar mais, após ter se valorizado 7% no ano passado, “seu melhor desempenho anual desde 2015”. Em linha similar, o Rabobank diz que, após o avanço do dólar apoiado no fim do ano passado pela sinalização do Fed, será preciso haver novas notícias na frente da taxa de juros para que o dólar possa ganhar mais fôlego.

Hoje, houve destaque para a audiência do Comitê Bancário do Senado, na qual Powell foi sabatinado antes de ser provavelmente confirmado para novo mandato à frente do Fed. O presidente do BC disse que, caso a inflação persista nos EUA, o Fed terá de adotar política monetária mais dura. Powell ainda considerou que a variante Ômicron da covid-19 pode provocar uma pausa no crescimento americano, mas previu que esse impacto deve ser breve. Na avaliação da Capital Economics, as declarações de Powell hoje são consistentes com uma elevação de juros no país em março.

Entre outros dirigentes do Fed, Raphael Bostic (Atlanta) disse estar “totalmente aberto” a uma potencial elevação de juros em março. Esther George (Kansas City) defendeu a normalização da política monetária, tendo como objetivo a estabilidade a longo prazo, enquanto Loretta Mester (Cleveland) defendeu que o Fed atue para conter a inflação, sem detalhar medidas, e também disse que o balanço do BC pode ser reduzido mais rápido, em comparação com o processo anterior do tipo.

Entre outras moedas, a libra subiu ante o dólar com a perspectiva de que o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) eleve mais sua taxa básica de juros, segundo o Commerzbank. Para o banco alemão, o BoE pode voltar a elevar os juros em fevereiro, mas o Commerzbank adverte que a libra poderá então perder fôlego, se o aperto monetário já estiver totalmente incorporado pelos investidores.

* Com informações da Dow Jones Newswires