O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, terminou o dia em alta, em uma sessão marcada pelo mercado mais avesso ao risco, com o petróleo em forte alta. Além disso, investidores estiveram de olho em comentários de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano). Nos últimos dias, autoridades da instituição adotaram um tom mais hawkish para a perspectiva da política monetária.
No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 121,15 ienes, o euro caía a US$ 1,1009 e a libra tinha queda a US$ 1,3207. O DXY subiu 0,13%, a 98,622 pontos.
Na madrugada, o DXY operava perto da estabilidade, ganhando força ao longo do dia à medida que a demanda por ativos considerados mais seguros aumentou, após o petróleo reagir em forte alta a relatos de que um oleoduto russo foi danificado por uma tempestade. Investidores também acompanharam comentários de dirigentes do Fed.
Presidente da distrital de São Francisco, Mary Daly, afirmou que o BC está preparado para fazer o necessário para garantir a estabilidade de preços. Segundo ela, os dados vão dizer o quanto de aperto monetário é necessário nos Estados Unidos, mas tudo está “na mesa”, inclusive aumentar os juros em 50 pontos-base. Já o presidente de St. Louis, James Bullard, disse ser necessário pensar “mais amplamente” sobre o aperto monetário nos Estados Unidos e pontuou haver riscos caso este tenha ritmo “devagar demais”.
Para a Western Union, o dólar se manteve mais forte hoje à medida que os mercados continuaram a absorver as perspectivas cada vez mais agressivas do Fed.
Já o ING destaca que os mercados encontram conforto com suas expectativas sobre a taxa terminal do Fed, que atualmente está em torno de 2,75%, mas pode em breve chegar a 3,00%. “Achamos que este é um ambiente que deve favorecer o dólar especialmente contra moedas de baixo rendimento (expostas a rendimentos mais altos) e moedas europeias (expostas à incerteza persistente na Ucrânia)”, destacou, em relatório enviado a clientes.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que o país se recusará a aceitar pagamentos pelo fornecimento de gás natural em moedas “comprometidas”, incluindo dólar e euro, e que exigirá receber em rublos russos. No fim da tarde em Nova York, o dólar caía a 96,785 rublos.
De acordo com a Capital Economics, o anúncio de Putin parece destinado a sustentar a moeda, mas pode acabar intensificando as tensões na balança de pagamentos do país. “Nossa opinião é que parece ser um esforço das autoridades russas pressionar os países ocidentais, forçando os compradores estrangeiros de gás russo a usar rublos, com o benefício adicional de apoiar o valor da moeda”, destacou a consultoria, em relatório enviado a clientes.