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Moedas: índice DXY do dólar avança, com guerra, sanções e dados em foco

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Estadão Conteúdos

O índice DXY, que mede o dólar ante uma cesta de moedas fortes, teve alta nesta quinta-feira, 24. Investidores monitoraram indicadores, discursos do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) e também a guerra na Ucrânia, com novas sanções contra a Rússia, inclusive dos Estados Unidos. Além disso, o peso do México e o rand da África do Sul estiveram em foco, em dia de decisões de política monetária nesses países.

No fim da tarde em Nova York, o dólar subia a 122,30 ienes, o euro recuava a US$ 1,1004, quase estável, e a libra tinha baixa a US$ 1,3196. O índice DXY registrou alta de 0,17%, a 98,789 pontos.

Os Estados Unidos impuseram novas sanções contra a Rússia, tendo como algo algumas empresas do país e também membros da elite local. O Reino Unido também anunciou punição, em quadro de pressão das potências do Ocidente sobre Moscou para que recue na guerra em solo ucraniano. Em dia de reunião de cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança continuou a declarar apoio à Ucrânia, mas sem a intenção de enviar tropas ou garantir uma zona de exclusão aérea, com o argumento de que não desejam uma escalada no conflito.

O Tesouro americano ainda afirmou que qualquer transação envolvendo ouro do BC da Rússia está coberta pelas sanções já impostas. Em meio à coordenação entre o G7 para apertar as sanções, o rublo recuou. No horário citado, o dólar avançava a 102,285 rublos.

Na economia, o euro chegou a ganhar fôlego após dados da Alemanha. O índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto do país caiu de 55,6 em fevereiro a 54,6 em março, mas com as leituras da indústria e de serviços melhores do que a expectativa dos analistas. A libra também foi apoiada após o PMI composto do Reino Unido recuar a 59,7 em março, mas ficar acima do esperado.

Entre os dirigentes do Fed, Charles Evans (Chicago) defendeu mais seis altas de 25 pontos-base neset ano, mas não descartou um aperto maior, a depender do quadro inflacionário. Já Neel Kashkari (Minneapolis) também alertou para a inflação elevada, mas disse que o BC não deve ser agressivo em demasia. Na avaliação do ING, o quadro no mercado de trabalho, após o dado positivo de novos pedidos de auxílio-desemprego de hoje, e o do investimento no país podem apoiar uma alta de 50 pontos-base pelo Fed em maio.

Entre moedas emergentes, o dólar tinha baixa a 14,5346 rands. O rand ampliou ganhos após o BC da África do Sul elevar a taxa básica de juros, de 4,00% a 4,25%, além de destacar que há riscos de alta na perspectiva inflacionária. No México, o Banco Central (Banxico) subiu sua taxa de 6,00% a 6,50%, como esperado por analistas, mas a instituição ressaltou em seu comunicado o aumento nas projeções inflacionárias. No fim da tarde, o dólar caía a 20,1161 pesos mexicanos.

A Capital Economics afirma em relatório que chamou a atenção hoje o fato de que o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, havia adiantado mais cedo o resultado da reunião do BC. A consultoria acredita que não dá para dizer que a autonomia do Banxico esteja cerceada, mas vê o caso como “mais um episódio preocupante dele diminuindo importantes instituições” do país, com potenciais consequências negativas para o ambiente de investimentos local.