As demissões seriam para melhorar a eficiência do Twitter, considerada pelo bilionário uma “empresa inchada”, diz o Post. Na visão de Musk, após demitir os funcionários de menor performance, sua gestão dobraria a receita da empresa em três anos e triplicaria o número de usuários monetizáveis ativos por dia (MDAUs, na sigla em inglês) na rede social no mesmo período. Não foram fornecidos detalhes sobre como essas metas seriam atingidas.
O Post também afirma que, mesmo se o acordo falhar, o Twitter deve passar por grandes mudanças. Antes de Elon Musk se envolver com o negócio em abril passado, a companhia planejava realizar uma série de cortes na empresa – os gastos da companhia com pessoal em 2021 foi de US$ 1,5 bilhão e, segundo os documentos internos, estava planejado para ser enxugado para US$ 800 milhões em 2023.
O enxugamento pode incluir funcionários que trabalham com data center, o que tornaria a rede social instável e prejudicaria a usabilidade dela para os mais de 200 milhões de usuários que a usam diariamente.
“Vai ser um efeito cascata”, disse Edwin Chen, ex-cientista de dados do Twitter e hoje presidente executivo da firma de moderação de conteúdo Surge AI, ao Post. “Vai haver serviços caindo e pessoas sem o conhecimento institucional para colocá-los no ar novamente, sendo totalmente desmoralizadas e querendo elas mesmas sair da companhia.”
Nos últimos meses, o Twitter criou um sistema individual de avaliação de performance, contrariando funcionários. Como resposta, a companhia declarou que outras empresas de tecnologia têm a mesma prática.
Com a eventual aquisição da rede social por Musk, funcionários da companhia temiam que demissões pudessem ocorrer. A chefia da empresa, incluindo o atual presidente executivo, Parag Agrawal, negou que possa haver quaisquer cortes.
Ao Post, o Twitter não respondeu aos pedidos de comentário.
Dificuldade para encontrar investidores
As apresentações realizadas por Musk parecem não ter convencido todos os investidores procurados pelo bilionário.
As gestoras de investimento T. Rowe Price, TPG e Warbug Pincus, que comandam US$ 1,4 trilhão em capital, decidiram não investir no Twitter, caso Musk assuma o comando da firma. Pesos-pesados do Vale do Silício também deram resposta negativa, como Reid Hoffmann (fundador do LinkedIn) e Peter Thiel (bilionário envolvido com o Partido Republicano).
Atualmente, poucos nomes estão envolvidos no acordo, como Larry Ellison (cofundador da Oracle), Doug Leone (sócio do fundo Sequoia) e Kenneth Griffin.
Para o analista Dan Ives, da consultoria americana Wedbush Securities, o desafio de Musk em tornar o Twitter lucrativo é imenso. “A parte fácil era comprar o Twitter, enquanto a difícil é consertá-lo. Vai ser uma tarefa hercúlea para virar isso.”