Passadas as eleições, permanecem ainda vívidas as emoções da disputa nas urnas. Brasil afora, observam-se manifestações pessoais contra e favor deste ou daquele candidato, uns felizes e outros ressentidos, algo típico e que normalmente se atenua com o tempo.
Mas se na política a emoção faz parte do jogo, nos investimentos ela pode ser fatal. Martin J. Pring, em sua Psicologia do Investimento Explicada, lembra que “se você reage às notícias do mesmo modo que qualquer um, vai certamente cair nas mesmas armadilhas; mas, se consegue se destacar da galera e, seguindo um plano de investimentos cuidadosamente esquematizado, controla suas emoções, suas chances de se sair bem aumentam muito”.
Isso equivale dizer que há enorme probabilidade de tomar decisões financeiras equivocadas se estas forem alimentadas pela frustração da derrota ou excitação pela vitória de um ou outro político. Esse é o caminho mais curto para perder dinheiro.
As emoções nos acompanham a todo momento e agir de modo totalmente racional é sempre uma tarefa difícil. Contudo, o mercado não tem sentimento, compaixão ou partido, não se importando se as preferências políticas pessoais do investidor foram ou não atendidas. Os players estarão ávidos justamente por aproveitar as oportunidades potencializadas pelas emoções coletivas. O mínimo que você deve fazer é deixar a emoção/ frustração do lado de fora e tomar decisões de investimentos com a razão.
Passaram-se as eleições. Independentemente se seu candidato ganhou ou perdeu, você poderá votar outras vezes. Mas se insistir em levá-lo consigo para seus investimentos, é bem capaz de não haver um 2º turno para fazer suas escolhas mais uma vez. E, ainda que tenha essa chance, se votar não custa nada, investir mal custa caro.
Este artigo tem como objetivo democratizar o acesso à educação financeira via Leonardo Pastore, Assessor de Investimentos da Valor Investimentos.