Apesar da expectativa de manutenção em alta, o crescimento expressivo do indicador em abril reflete os números fracos de 2021, quando o Brasil ainda sentia os efeitos da pandemia, avalia o diretor de Produtos e Sucesso do Cliente da Neurotech, Breno Costa. “A base de comparação do ano passado ainda está contaminada pela segunda onda da covid-19”, diz. Em abril de 2021, o INDC caiu 11%.
Na comparação interanual, a expansão do INDC contou com alta nos três setores medidos: serviços (114%), varejo (106%) e bancos (38). Já ante março deste ano, o destaque foi o segmento bancário, com avanço de 17%. Em seguida, aparece o varejo, com aumento de 8%. Em contrapartida, a demanda por crédito no setor de serviços caiu 6% em abril em relação ao mês anterior.
Costa explica que a tendência é de desaceleração na demanda por crédito, em meio ao cenário atual de inflação e juros elevados, que tende a encarecer o custo do dinheiro. Neste ambiente, estima que a oferta também se arrefecerá. “O poder de compra está comprometido pelo endividamento das famílias e, embora o consumidor demande mais crédito, seu alto custo deve esfriar o consumo”, explica.
Por categorias, houve expansão de financiamento em lojas de departamento e supermercados, de 167% e 136%, respectivamente, em abril ante igual mês de 2021. Em seguida, as maiores variações foram registradas em vestuário (110%), eletrodomésticos (86%) e móveis (2%).
Na comparação mensal, por sua vez, vestuário lidera o crescimento, ao registrar alta de 29%. Na sequência estão lojas de departamento (27%), móveis (16%) e supermercados (7%).