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Next chega a 10 milhões de clientes e vai acelerar área de serviços

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Estadão Conteúdos

O banco digital Next, controlado pelo Bradesco, acaba de alcançar uma marca simbólica de 10 milhões de usuários na plataforma. O número representa um crescimento anual de 170% e acima da meta inicial estipulada pelo presidente Renato Ejnisman ao assumir o cargo, em março passado, que era de 7 milhões de usuários até dezembro. Segundo Ejnisman, o objetivo do banco é manter o crescimento agressivo para fazer com que o Next se aproxime dos rivais.

A empresa ainda está distante dos seus principais rivais, como o Nubank (48,1 milhões) e o Inter (14 milhões). Mesmo assim, o executivo prevê que a consolidação de novas funcionalidades lançadas pelo Next em 2021 pode ajudar a diminuir a distância de outras instituições financeiras.

A principal delas deve ser o NextShop, o marketplace do banco digital lançado em novembro do ano passado. A fintech aposta em um programa de cashback (devolução de parte do dinheiro) agressivo para manter os usuários na plataforma, com até 10% do dinheiro das compras de volta para a conta dos clientes. O negócio foi lançado em novembro e já conta com 21 empresas vendendo 100 mil artigos.

“A meta para este ano é entrar em novos serviços financeiros nessas áreas, como o financiamento e também seguro garantia”, afirma ele.

Além disso, a companhia quer ampliar a sua área de empréstimos. Ejnisman não divulga números, mas afirma que o Next dobrou a sua carteira de crédito em 2021, enquanto viu a inadimplência cair 40%. “Apesar de estarmos abrindo espaço em novas frentes, a receita do crédito e também dos cartões vai continuar sendo muito importante para o Next e para todo o setor”, diz.

Cofre aberto

Os bancos digitais estão em uma corrida, vitaminada pelo IPO do Nubank que ocorreu no fim do ano passado, em Nova York. Além disso, o banco Inter segue investindo após recentes capitalizações, assim como o C6 entrou em uma nova fase em 2021 quando 40% de suas ações foram adquiridas pelo banco americano JP Morgan.

Com tantas rivais capitalizadas, o Next percebeu que precisava correr com o seu projeto. Por isso, a estratégia de crescimento acelerado, em detrimento da rentabilidade (um ponto negativo levantado por quem analisa o setor), continua.

Um exemplo é a bonificação para clientes que recomendam novos usuários: quando alguém convence um conhecido a aderir ao Next, ambos ganham R$ 15. Para fomentar essas indicações, o Next aumentou o limite de valor mensal a receber de R$ 200 para R$ 1,5 mil.

Outra via para conseguir clientes do Next será a de aquisições. Em dezembro, a fintech anunciou um acordo com o banco BS2 para receber até 700 mil clientes pessoa física da instituição. A transação não teve o valor revelado e ainda depende da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).

Para Renato Mendes, sócio da consultoria F5, voltada à inovação, o Next percebeu que estava atrás da concorrência e tinha de se mexer. Mas é necessária muita atenção: mesmo com a fase de aquisições de cliente em série, o setor logo será cobrado pela rentabilidade.

Mendes aponta que existem três etapas para a conquista do cliente: a aquisição, que é a conquista em si do usuário, a utilização, em que se cria ferramentas para ele usar o seu aplicativo, e, por fim, a monetização. “Não adianta o usuário ter uma conta e só usar o Pix. Isso traz prejuízo para o banco”, diz o especialista. É algo que todo o setor precisará observar com atenção em breve.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.