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Nubank vai passar da venda de bitcoins para criptomoeda própria

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Estadão Conteúdos

O Nubank quer desbravar de vez o universo dos criptoativos. Depois de abrir plataforma para compra e venda de bitcoins e ethereum, o Nubank Cripto, o banco digital se prepara para lançar a própria moeda digital.

De acordo com fontes da área de tecnologia do Nubank, o banco digital vem trabalhando para lançar uma criptomoeda proprietária até 2023. Questionado sobre o novo modelo de investimento, o banco disse que não comentaria.

Para viabilizar o projeto, o Nubank destacou uma equipe de tecnologia para desenvolver a moeda digital. Em maio deste ano, a companhia havia anunciado uma parceria com a startup Paxos Trust, de blockchain, para viabilizar o serviço de compra e venda de criptomoedas no seu aplicativo de celular.

Segundo informou o banco em comunicado da época, menos de um mês após o lançamento a plataforma de negociação de criptos havia atingido a marca de 1 milhão de clientes.

No radar

A movimentação do banco em torno de uma moeda própria ocorre em meio ao aumento do interesse dos bancos tradicionais em oferecer modalidades de investimentos de maior risco. Nas últimas semanas, o Santander anunciou a liberação de criptomoedas aos clientes. Já o Itaú disse que estuda a possibilidade de ter criptoativos na sua carteira.

Na segunda-feira, 15, duas plataformas foram lançadas: a Xtage, da XP, e a Mynt, do BTG Pactual. Nomes como PicPay e Mercado Pago também têm investido em ações dentro do mercado de criptoativos. Nenhuma dessas instituições, porém, tem sua própria moeda digital.

‘Nucoin’

Segundo Ayron Ferreira, analista-chefe de ativos digitais da Titanium Asset, o sucesso de uma nova moeda no mercado de cripto dependerá de como a companhia vai desenvolver o modelo de negócio, garantindo que ele seja simples aos olhos do cliente. “Uma nova moeda precisa ter usabilidade, para mostrar que não é apenas um objeto de especulação.”

Outro ponto importante, segundo Ferreira, é a descentralização. Ele explica que uma moeda que tenha seu poder de venda majoritariamente centralizado nas mãos de uma única empresa pode gerar desconfiança. “Um dos principais atrativos do bitcoin e da ethereum é, justamente, o fato de ambas as moedas estarem descentralizadas.”

Apesar dos desafios, o analista pontua que a ligação do banco com um público jovem e mais disposto a investir em ativos digitais pode ser um diferencial na hora de lançar sua criptomoeda. “O Nubank tem dinheiro suficiente para desenvolver esse projeto, tem uma estratégia de marketing interessante e também uma proximidade com o público mais jovem”, avalia.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.