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Ouro fecha em queda, com dólar em alta e tensões geopolíticas na Ucrânia no radar

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Estadão Conteúdos

O ouro fechou em queda nesta sexta-feira, 18, revertendo os ganhos da sessão de quinta-feira, na qual tinha retornado ao patamar de US$ 1,9 mil pela primeira vez desde o começo de junho do ano passado. Nesta sexta, o mercado continuou monitorando as tensões geopolíticas entre Rússia, Ucrânia e outros países do Ocidente. Além disso, o metal foi pressionado pela alta do dólar ante rivais.

Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o ouro com entrega prevista para abril caiu 0,11%, a US$ 1.899,80 por onça-troy. No entanto, na semana, o metal teve alta de 3,13%.

Investidores seguem sofrendo com a enxurrada de mensagens desencontradas no que se refere à Ucrânia, após separatistas de Donbass, no Leste da Ucrânia, decidirem evacuar os residentes da região para a Rússia, citando supostos bombardeios. Ao mesmo tempo, os EUA continuam afirmando que a Rússia está ampliando suas tropas na fronteira com a Ucrânia, mesmo após Moscou ter anunciado retiradas parciais de soldados da região.

De acordo com o Julius Baer, a julgar pelo desempenho do preço do ouro nesta semana, o mercado considera cada vez mais provável uma escalada militar da crise na Ucrânia. No entanto, o banco destaca que as tensões geopolíticas normalmente não proporcionam uma alta duradoura para os preços do ouro. “Como a história tem mostrado, o mercado de ouro normalmente perde o interesse em tais tensões geopolíticas muito rapidamente, e é por isso que estamos muito convencidos de que o conflito atual não marca o início de uma fase bullish para o ouro”, afirma.

Por outro lado, o estrategista de mercado técnico financeiro da LPL, Scott Brown, acredita que o rali recente do ouro pode ser mais duradouro. “Certamente o ouro se beneficiou não apenas dos baixos retornos em ações e renda fixa, mas também manchetes sobre uma possível invasão russa da Ucrânia. No entanto, também aumentaram drasticamente as taxas de juros reais (ajustadas pela inflação) desde o início do ano, algo que muitos investidores esperavam que fosse um vento contrário”, destacou.