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Para governo, PIB é ‘robusto’ e indica bom desempenho da economia no 2º semestre

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Estadão Conteúdos

O Ministério da Economia considera que o crescimento de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre deste ano é “robusto” e mostrou que a economia brasileira tem se mostrado resiliente. A equipe econômica prevê que o bom desempenho deve continuar no segundo semestre.

Para o chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos, secretário Rogerio Boueri, o resultado superou as expectativas e mostrou que as previsões do Ministério da Economia não eram super otimistas, como apontavam os críticos do governo e os analistas do mercado financeiro. Uma recessão em 2022 chegou a ser prevista por instituições financeiras, como o banco Itaú Unibanco.

Segundo o secretário, o “ponto fraco” do PIB no primeiro trimestre, o desempenho do setor agropecuário, com queda de 0,9%, deve se recuperar no segundo semestre. “As expectativas são boas para os próximos semestres e esse desempenho negativo possivelmente será revertido”, afirmou Boueri, especialista no setor e que já foi subsecretário de Política Agrícola.

O chamado carregamento estatístico calculado pelo Ministério da Economia sugere que o crescimento deve ser de pelo menos 1,5% em 2022. Ou seja, mantendo a variação dos outros trimestres em zero, o crescimento do PIB neste ano ficaria, no mínimo, nesse patamar.

Apesar das incertezas que marcam o cenário do segundo semestre com os efeitos retardados da política de juros altos do Banco Central mais dura para conter a inflação, o secretário disse que dificilmente esse quadro de crescimento se reverteria.

Na sua avaliação, os fundamentos da recuperação e a resiliência do Brasil aos dois choques (pandemia da covid-19 e guerra na Ucrânia) estão associados às medidas de consolidação fiscal já feitas pelo governo e de reformas.

“Temos várias medidas fiscais e de melhoria de alocação que podem explicar esse resiliência da economia e essa volta da economia. O retorno em ‘V’ vai sendo ultrapassado”, disse ele, que destacou a importância da melhoria do mercado de trabalho.

Por ora, a previsão oficial segue em 1,5%, mas nos bastidores do Ministério da Economia e no Banco Central a expectativa é de uma revisão para cima. O governo só deverá rever a previsão do PIB no final de julho, quando terá que enviar ao Congresso um novo relatório de avaliação do Orçamento.

Maior Expansão

Subsecretário de Políticas Macroeconômicas da SPE, Fausto Vieira, destacou que o PIB acumulado em quatro trimestres é de 4,7%, mostrando a maior expansão em 12 meses desde o terceiro trimestre de 2011. “Aponta a continuidade da retomada”, disse ele.

Vieira ressaltou ainda o papel da melhora estrutural das contas públicas para esse desempenho e ponderou que o crescimento de longo prazo da economia brasileira depende fundamentalmente da consolidação fiscal (redução da relação dívida/PIB) e de uma importante agenda de reformas pró-mercado.

Os técnicos do governo reforçaram que o Brasil tem tido um crescimento mais rápido do que outros países. Em uma amostra de 18 países analisados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), apresentada em nota técnica da Secretária de Política Econômica, com dados dos países que já divulgaram o resultado, mostrou o Brasil atrás apenas da China (1,3%) e do México (1,2%) – o País figura na nona posição em um ranking de 32 países compilado pela agência de classificação de risco Austin Rating.

Os técnicos destacaram que a melhora da atividade no Brasil ocorre a despeito da deterioração nas projeções do PIB nas principais economias. A revisão baixista atinge as principais economias globais, com perda de fôlego em países como os Estados Unidos, China, Reino Unido, México e a região da Zona do Euro.