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Petróleo fecha em baixa, com sinais da economia da China para a demanda em foco

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Estadão Conteúdos

Os contratos futuros de petróleo fecharam em queda, nesta segunda-feira. A commodity chegou a oscilar no positivo, mas o tom negativo prevaleceu, com investidores analisando indicadores da China e o significado deles para a demanda pelo óleo. Além disso, dados dos Estados Unidos e da Europa também foram monitorados.

O petróleo WTI para dezembro fechou em baixa de 0,55% (US$ 0,47), em US$ 84,58 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para o mesmo mês recuou 0,26% (US$ 0,24), a US$ 93,26 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).

A China publicou dados mistos da economia. O Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre cresceu mais que o esperado, mas as vendas no varejo em setembro, por exemplo, vieram fracas. Segundo o ANZ, a política de zero casos de covid do país pesa na demanda por petróleo e gás “no futuro previsível”. A Capital Economics vê a economia chinesa ainda com ímpeto fraco, em parte também por causa da política local para conter o vírus, enquanto o Nordea publicou análise na mesma linha, projetando crescimento de apenas 3% do país em 2022 e sem mudanças no quadro após a recondução de Xi Jinping para mais um mandato.

Na Europa, houve dados fracos de atividade na zona do euro e no Reino Unido, enquanto nos EUA o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) composto de setembro também veio fraco na leitura preliminar, em 47,3, mínima em dois meses e em território de contração nessa pesquisa.

No noticiário do setor, o governo do Irã acusava os EUA de não terem interesse em reviver o acordo nuclear com potências. Teerã deseja retomar o pacto também para ampliar suas exportações da commodity.

O TD Securities afirma em relatório que os preços seguem oscilando na mesma faixa, desde que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) anunciou corte na produção. O banco tem ressaltado que a possibilidade de recessão global não é algo que destrua totalmente o apetite por petróleo, mas tende a “desacelerar o ritmo do crescimento da demanda”.

O Commerzbank, por sua vez, diz que as perspectivas para a demanda têm “deteriorado”, enquanto no câmbio o dólar teve valorização significativa. Como o petróleo é cotado nesta moeda, nesse caso o óleo fica mais caro para os detentores de outras divisas. O corte da Opep+ deve impedir mais quedas nos preços, especialmente se o embargo da União Europeia ao petróleo da Rússia entrar em vigor em dezembro, acredita o banco.