O petróleo WTI para outubro fechou em queda de 2,50% (-US$ 2,37), a US$ 92,52 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), e o Brent para novembro, contrato agora mais líquido, teve baixa de 1,87% (-US$ 1,88), a US$ 98,46 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE).
Os contratos subiram no início do dia, com a chance de eventual corte na oferta no radar. O presidente da Opep, Bruno Jean-Richard Itoua, afirmou que proposta recente da Arábia Saudita de considerar reduções na oferta do cartel está “em linha com nossas visões e objetivos”. Para a Capital Economics, a declaração recente saudita sobre o tema pode ter sido apenas um meio de marcar posição. A consultoria acredita, de qualquer modo, que ela sinaliza que a Opep e aliados devem adotar “uma abordagem cautelosa na produção de petróleo”, no atual contexto.
O TD Securities, por sua vez, acredita na existência de riscos de alta nos preços nos mercados de energia, em meio a relatos de que os Estados Unidos rejeitaram a proposta do Irã no potencial acordo nuclear com as potências. Caso a iniciativa fracasse, Teerã não poderia elevar suas exportações de petróleo. O banco de investimentos afirma que, caso não exista nova oferta do Irã, com o crescimento na produção de xisto desacelerando nos EUA e o potencial para maior demanda por petróleo para calefação na Europa, em meio a preocupações com o fornecimento de gás natural, existe o risco crescente de que ocorra uma déficit nos mercados de petróleo. Ao mesmo tempo, o TD ressalta a incerteza e não descarta que ainda ocorra um acordo com o Irã, o que sugere potencial limitado de ganhos.
Hoje, investidores demonstravam certa cautela nos mercados globais, em jornada em geral volátil, com a expectativa por novas declarações do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) no Simpósio de Jackson Hole. A política monetária afeta o câmbio e também pode influir na demanda pelo óleo, no momento em que o Fed caminha para elevar mais os juros a fim de conter a inflação elevada.