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Petróleo sobe, com dólar fraco e sinais de que acordo nuclear não será retomado

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Estadão Conteúdos

O petróleo fechou em alta nesta segunda-feira, 12, apoiado pelo recuo do dólar ante suas principais moedas rivais no exterior. A fraqueza da divisa americana tende a beneficiar commodities cotadas em dólar, como o petróleo. Além disso, cresceram os riscos à oferta global após nações europeias criticarem o Irã por falta de compromisso nas negociações para a retomada do acordo nuclear, o que sugere que o pacto não deve sair tão cedo.

Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o barril do petróleo WTI com entrega para outubro fechou em alta de 1,14% (US$ 0,99), a US$ 87,78, e o do Brent para novembro avançou 1,25% (US$ 1,16) na Intercontinental Exchange (ICE), a US$ 94,00.

“O apetite ao risco está de volta e isso se deve principalmente à queda do dólar, que alimenta o rali do petróleo”, comenta o analista Edward Moya, da Oanda, em relatório a clientes. Ele ressalta ainda que o mercado da commodity segue apertado e a perspectiva pode piorar, diante da ausência de avanço nas negociações pela retomada do acordo nuclear, que permitiria à oferta iraniana voltar ao mercado.

No último sábado (10), Reino Unido, Alemanha e França divulgaram comunicado conjunto em que disseram “duvidar” do compromisso do Irã pelo pacto. Hoje, o chanceler alemão Olaf Scholz afirmou não ver a volta do acordo num futuro imediato. Já o Irã respondeu pedindo que o Ocidente não ceda à “pressão de Israel” contra o pacto nuclear.

A falta de acordo “se traduz em um ressurgimento dos riscos de fornecimento de energia, apesar da queda contínua dos preços”, à medida que o mercado move suas expectativas para um cenário sem resolução do imbróglio, explica o TD Securities.

Há ainda questões positivas relacionadas à economia global, segundo Moya. Com a crise na Europa perto da fase mais aguda e a natureza de curto prazo da desaceleração na China, o argumento de que a demanda global por petróleo deve enfraquecer foi exagerado e o óleo parece inclinado a retomar um nível acima de US$ 100 por barril, prevê o analista.