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Como a deflação afeta os investimentos de renda fixa

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Você provavelmente já conhece a inflação. Mas você sabe o que é deflação? Todo mundo que investe ou pretende investir precisa entender o que significa, pois ela impacta os investimentos de renda fixa.

Continue lendo e entenda!

 Primeiro, o que é deflação?

A deflação é quando o custo dos produtos vai diminuindo pouco a pouco, o que acaba valorizando o dinheiro. Economicamente falando, esse fenômeno significa o aumento do poder de compra do dinheiro e tem como sua causa principal uma demanda agregada menor do que a oferta potencial. (Lembra da lei da oferta e da procura?)

Falando assim, parece ótimo que o preço da sua compra no mercado diminua, mas na prática isso tem implicações mais complexas. Se essa deflação se estender por mais do que alguns meses, ela pode levar a uma recessão econômica.

Mas por que isso? Como o dinheiro passa a valer mais e mais a cada mês, a tendência é que os investimentos reduzam, pois os investidores já estão recebendo como retorno o aumento de seu poder de compra.

Quando a deflação é positiva ou negativa?

Quem não quer pagar menos? A deflação tem uma promessa de ser 100% positiva, mas vamos ver aqui que ela tem impactos nos rendimentos dos nossos investimentos, o que a longo prazo significa uma diminuição nos ganhos. Isso porque a queda dos preços por tempo indeterminado pode ser um sinal vermelho.

As duas principais situações da deflação que implicam em impactos negativos são: quando as empresas estão diminuindo os preços (e seus lucros) para atrair consumidores e quando o poder de compra das pessoas está menor.

A economia fica estagnada ou cresce pouco, o que pode trazer consequências como o desemprego, por exemplo.

Qual a diferença entre deflação, inflação e desinflação?

A deflação é por muitos considerada o contrário da inflação, pois na inflação os preços sobem e na deflação eles caem. Já a desinflação é a diminuição da velocidade de aumento dos custos.

Vamos ver um exemplo? Digamos que um sapato custe R$ 100,00.

  • Se tivermos uma inflação de 5% ao mês, o sapato custará R$ 105,00 depois do reajuste.
  • Se tivermos uma deflação de 5% ao mês, o sapato custará R$ 95,00 depois do reajuste.
  • Se tivermos uma desinflação, não haverá uma queda no valor absoluto do preço, mas sim na taxa de aumento. Assim, se em um mês a inflação for 5% e no mês seguinte ela registrar 3%, o produto, que chegou a R$ 105,00, passará a valer R$ 101,85.

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Como a deflação afeta os títulos em renda fixa atrelados ao IPCA?

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é calculado todos os meses com base na variação do preço de diversos itens que fazem parte do consumo de famílias que ganham de um até 40 salários mínimos, independentemente da fonte de renda. O índice, utilizado pelo IBGE, mede não só a deflação, como também a inflação e a desinflação nas principais capitais do Brasil.

Entender e acompanhar o IPCA é fundamental para quem investe. Os principais títulos cuja rentabilidade está atrelada ao índice são: títulos públicos de longo prazo, títulos públicos de curto prazo e títulos privados que possuem outros índices de referência (taxa Selic e CDI). Ainda, fundos de investimentos também podem usar o IPCA como referência para sua rentabilidade.

A deflação afeta outros tipos de investimentos?

Pessoas que possuem financiamentos como veículos e imóveis podem se prejudicar com a deflação, pois os preços dos produtos sofrem uma baixa geral, mas as dívidas se mantêm as mesmas. Então é como se o valor das parcelas subisse, uma vez que não acompanham o preço dos demais itens.

 Contudo, para outros investimentos, o cenário não é tão ruim quanto o de financiamentos. Com taxas menores, qualquer rendimento será maior do que a inflação. Pontos que devem ser levados em consideração: o retorno real e a taxa de juros com desconto da inflação. Vamos ver os impactos da deflação em alguns dos investimentos mais conhecidos.

Tesouro Direto

É uma aplicação favorável quando comparada a outras similares, podendo gerar mais lucro que LCA e LCI. No entanto, os resultados podem variar de acordo com o prazo de cada título e da esperança da continuidade de recuperação da economia.

Letras de Crédito Agrícola (LCA) e imobiliário (LCI)

Esses investimentos são aconselháveis por não cobrarem Imposto de Renda e serem segurados pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC).

Poupança

A aplicação mais adotada no Brasil também pode ter mais rendimento com a deflação, pois o ganho real aumenta no cenário de deflação.

É importante lembrar que, quando há uma queda na taxa Selic, o retorno diminui. Entretanto, a redução dessa taxa tem consequências positivas: o consumo e a produção são incentivados e ajudam, de certa forma, a evitar as consequências negativas da deflação.

Entenda a relação entre a taxa Selic e a Inflação (IPCA)

 Conclusão

Apesar da deflação parecer simples, seus efeitos são complexos – não apenas positivos ou negativos, mas sim dependentes das circunstâncias. Contudo, analisando o cenário econômico e acompanhando a deflação de perto, é possível se beneficiar dela.

 

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