Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o WTI para novembro subiu 1,99% (+US$ 1,47), a US$ 75,45 o barril, enquanto o Brent para dezembro, que agora é o contrato mais líquido, avançou 1,93% (+US$ 1,49), a US$ 78,72 o barril, na Intercontinental Exchange (ICE). Ao longo da sessão, o Brent chegou a alcançar a marca de US$ 79 o barril pela primeira vez desde outubro de 2018.
“Nos próximos dias, o Brent pode tentar se aproximar do teto psicológico de US$ 80, patamar que levará alguns dias para ser superado, enquanto o WTI tentará atingir as máximas de mais de dois anos registradas em julho, de US$ 76,39”, prevê o analista de mercado financeiro e diretor da Skilling para América Latina, José Giraz.
Na visão da analista de mercados Louise Dickson, da Rystad Energy, a alta dos preços do petróleo está mais persistente do que a maioria dos traders mais otimistas “sonharia” meses atrás. Ela pondera, contudo, que pode haver uma realização de lucros por parte dos investidores em breve.
“Por enquanto, as restrições de oferta dos EUA continuarão a fornecer alta aos preços do petróleo, uma vez que as interrupções relacionadas ao Ida ainda afetarão a oferta dos EUA no primeiro trimestre de 2022”, diz a profissional da consultoria norueguesa.
Dickson alerta também para o furacão Sam, que pode atingir a costa leste dos EUA nesta semana. A analista diz que o impacto do Sam provavelmente será menor, mas uma forte tempestade na região pode causar escassez de energia e apagões, em um momento no qual os preços do gás natural já estão em níveis elevados, e aumentar os temores de uma crise de energia.
Também ficou no radar a notícia da Reuters de que a Venezuela fechou um acordo para trocar seu óleo derivado do petróleo por condensado do Irã, que pode ser usado para melhorar a qualidade de seu petróleo bruto semelhante ao alcatrão. O acordo entre as estatais Petróleos de Venezuela (PDVSA) e a National Iranian Oil Company (NIOC) aprofunda a cooperação entre dois adversários dos EUA.