Segundo a diretora associada de economia da S&P Global, Pollyanna de Lima, já era esperado que o crescimento do setor ficasse contido em abril, devido à pressão inflacionária e ao aumento dos juros.
“Os principais pontos positivos dos resultados mais recentes incluem outra rodada de criação de empregos e uma retomada da confiança nos negócios. Dito isso, provavelmente veremos uma desaceleração das contratações nos próximos meses caso a demanda permaneça reduzida”, diz em nota. “Uma queda na confiança nos negócios indica que as empresas percebem muitos empecilhos que provavelmente atrapalharão o crescimento. Entre eles, a escassez de insumos, a guerra entre Rússia e Ucrânia e o crescimento da inflação.”
Segundo a S&P Global, as empresas relataram aumentos menos intensos nos pedidos a fábricas e na produção, além de uma queda mais rápida em novos negócios de exportação. A fragilidade do setor automotivo, a pressão sobre os preços e a escassez global de matéria-prima impediram um crescimento maior da produção.
Entre os segmentos, os fabricantes de bens de consumo registraram forte crescimento, mas os de bens intermediários e de produção apresentaram arrefecimentos significativos.
“Outro fator que pode inibir o crescimento futuro do índice de emprego é a inflação, pois as empresas estão buscando reduzir seus custos operacionais. Este mês, algumas empresas citaram uma limitação da compra de insumos devido à pouca liquidez e ao aumento dos preços”, acrescenta Lima.