“Os resultados do PMI de julho indicaram um desempenho sólido do setor industrial em todo o Brasil. O crescimento da produção perdeu algum impulso, porém se manteve historicamente elevado e o ritmo de criação de empregos acelerou pelo quarto mês consecutivo, à medida que a confiança nos negócios aumentou”, afirma a diretora associada de economia da S&P Global, Pollyanna de Lima, em nota.
Os dados do mês mostraram uma combinação entre o crescimento econômico mais brando e as pressões inflacionárias mais fracas, de acordo com a S&P Global. A produção e os pedidos às fábricas aumentaram ao menor ritmo dos últimos três meses, mas ainda acima de sua média a longo prazo. O movimento foi atribuído por evidências subjetivas à escassez de matéria-prima e à demanda fraca por alguns produtos. Ainda de acordo com o relatório, os pedidos internacionais caíram pelo quinto mês consecutivo, mas desta vez ao ritmo mais acelerado desde o início do ano.
Por sua vez, as tendências de gastos se mostram mistas: a compra de insumos cresceu em ritmo arrefecido e superficial, já a taxa de criação de empregos atingiu o seu nível mais alto em mais de um ano.
Os bens de consumo, segundo a S&P, lideraram o desempenho do setor em julho, seguidos pelos intermediários e os de produção. “A área mais promissora do setor industrial, a dos bens de consumo, foi onde as pressões inflacionárias foram mais fortes. O segmento dos bens de produção foi o único a apresentar uma queda flagrante de novos negócios, registrando também o ritmo mais lento de aumento dos custos de produção”, pontua a diretora
Pollyanna de Lima pondera, porém, que foi “particularmente gratificante” ver o recuo da inflação dos preços de insumos ao patamar mais baixo em 26 meses. “A inflação dos preços seguiu uma trajetória semelhante, diminuindo em julho para o seu patamar mais baixo desde fevereiro.”