Sobre moedas digitais emitidas por BCs (CBDC, na sigla em inglês), o dirigente explicou que o Fed ainda não tomou uma decisão final sobre a adoção da ferramenta. Segundo ele, a autoridade monetária estuda “ativamente” os benefícios e custos dessas divisas eletrônicas.
“As CBDCs terão que garantir privacidade dos usuários”, defendeu, ao participar do evento BIS Innovation Summit.
Powell acrescentou que há uma série de incertezas sobre criptomoedas, entre elas dúvidas sobre como esses ativos se comportariam em momentos de estresse nos mercados. Também não se sabe como turbulências entre criptos afetariam a estabilidade do setor financeiro no geral, na visão dele.
Redução de custos e aumento de acesso
O presidente do Federal Reserve afirmou que é difícil prever as configurações do sistema financeiro daqui a uma década, mas que acredita que as inovações no setor promoverão avanços na redução dos custos e aumento do acesso. “Caminhamos para um mundo com meios de pagamentos instantâneos e de baixo custo”, disse.
Powell acrescentou que o decreto assinado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, sobre criptoativos é bem-vindo. Segundo ele, a função do Fed nesse contexto é tentar abordar as “lacunas” do ponto de vista regulatório.
O presidente do Banco da Inglaterra (BoE), Andrew Bailey, que participou do mesmo evento, ressaltou que os bancos centrais ainda têm muito trabalho a fazer para entender o real impacto de divisas digitais no mercado. “Precisamos fazer isso rapidamente”, pontuou.
Já o presidente do Bundesbank (o BC alemão) e dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Joachim Nagel, comentou que a autoridade monetária está em “fase de investigação” sobre a emissão de moedas digitais por BC (CBDC, na sigla em inglês).