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Preocupações políticas internas pós-Jefferson derrubam Ibovespa

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Estadão Conteúdos

O Ibovespa cai nesta segunda-feira, 24, diante da cautela dos investidores nesta reta final da eleição., na contramão da alta na Europa e nos Estados Unidos. Na última semana antes da decisão, no domingo, os candidatos, sobretudo o presidente do Brasil, devem reforçar a busca dos votos de indecisos, em um ambiente que começou a ficar ainda mais hostil no domingo. Isso porque ao resistir à prisão expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB), fez uso de armas e de granada. Depois de muitas horas, se entregou, sendo preso.

“Noticiário local foca no episódio surreal proporcionado pelo ex-deputado Roberto Jefferson”, cita em nota a Terra Investimentos.

Na avaliação do economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria, os episódios envolvendo Jefferson podem trazer abalos à campanha de reeleição, o que esfria o bom humor das últimas sessões e promove ajustes nos ativos.

Rodrigo Jolig, CIO da Alphatree Capital, acrescenta que a preocupação na seara política se junta a outras ligadas à China. “Há combinação de notícias negativas aqui. A principal é a reversão de otimismo com a reeleição de Bolsonaro Jair Bolsonaro, do PL”, diz.

“Isso acaba por prejudicar a campanha”, acrescenta Jolig. “E se olharmos as ações mais ligadas a um cenário de Bolsonaro ganhando, são as que mais pesam hoje. Há um movimento de reversão da semana passada. E ainda tem a China preocupações com a economia”, avalia Jolig.

Além disso, a agenda interna e externa conta com uma gama de divulgações que devem mexer com os negócios, como PIB dos EUA do terceiro trimestre, dado de inflação do país, decisões de política monetária do Banco Central Europeu (BCE), do japonês e do brasileiro. Ainda tem IPCA-15 de outubro, que deve interromper uma série de quedas.

As bolsas americanas tentam dar continuidade ao rali em Wall Street na sexta-feira. Na Europa, a alta reflete dados chineses com resultados melhores do que o esperado e principalmente nos EUA, as expectativas de um Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) menos agressivo na condução do aperto monetário.

Apesar de alguns números chineses que agradaram aos investidores, o PIB, por exemplo, ainda tem um dos piores desempenhos em décadas, uma vez que a segunda maior economia do mundo ainda lida com os efeitos de severas restrições adotadas por Pequim para conter surtos de covid-19.

Neste sentido, o petróleo reagiu em queda, mas passa por instabilidade.

Na sexta, o Ibovespa fechou com elevação de 2,35% pelo quinto pregão seguido de ganhos, acumulando 7,01% na semana. Em contrapartida, o minério de ferro fechou em alta em Dalian, na China. Ainda assim, as ações da Vale cedem mais de 2%, enquanto Petrobras recua entre 4,72% (PN) e 5,13% (ON) perto de 11h10.

Hoje, será informado o relatório de produção da Petrobras. A semana traz ainda balanços de empresas de peso no Ibovespa, como Vale, Klabin, Suzano, Santander, Telefônica, Ambev, Gol e Usiminas.

Às 11h09, o Ibovespa cedia 2,14%, aos 117.360,31 pontos, após abertura aos 119.921,67 pontos, com máxima a 119.924,17 pontos e mínima aos 117.233,41 pontos (-2,25%).