O documento mostra que a inflação brasileira era a segunda mais alta do grupo de países no início deste ano, perdendo apenas para a Rússia, afetada pelas consequências econômicas da invasão da Ucrânia. Agora, em setembro, o índice de inflação oficial – IPCA – em 12 meses (7,2%) já era o segundo mais baixo, atrás apenas da China.
Mas, quando se retira da conta os itens alimentícios e os preços ligados à energia, a inflação brasileira ainda figura entre as três mais altas do grupo, por volta de 10%, aparecendo após Rússia e Chile.
Contudo, a apresentação mostra ainda que o Brasil não é o único país entre os emergentes que têm expectativas de inflação para 2022 (5,61%) e 2023 (4,94%) acima da meta. Principalmente países da América Latina têm o mesmo quadro, como Colômbia, Chile e México.
Em relação ao quadro fiscal, Campos Neto ressaltou que o gasto para amenizar o custo da energia, considerando combustíveis, no Brasil foi menor do que em países europeus, fortemente afetados pela redução do abastecimento de gás natural pela Rússia.
Segundo gráfico no documento divulgado pelo BC, o custo das medidas brasileiras foi da ordem de 2% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto no Reino Unido ultrapassou 6%. Na Itália, Espanha, França e Holanda, o gasto ficou próximo a 3% do PIB.
Campos Neto ainda voltou a comentar sobre a aceleração do aperto monetário em países em desenvolvimento e sobre a perspectiva de desaceleração da atividade econômica no mundo. “Na China, houve surpresas positivas no terceiro trimestre de 2022, mas há sinais de desaceleração econômica. O setor imobiliário é muito relevante para o PIB e para a riqueza das famílias.”
O presidente do BC repetiu que o Brasil é uma “exceção” nas perspectivas de atividade econômica, com o aumento das projeções de crescimento, enquanto o mundo tem um prognóstico mais negativo, ainda de acordo com a apresentação.