A produção industrial caiu em 12 dos 15 locais investigados na passagem de agosto para setembro, sendo que em oito deles o setor de alimentos esteve entre as principais influências negativas, com destaque para os resultados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Pará e Minas Gerais.
“A inflação está impactando mais os produtos alimentícios, principalmente os da cesta básica. Isso afeta a cadeia produtiva. Observamos, ainda, que o desemprego está caindo, porém a informalidade tem aumentado e o rendimento médio continua baixo. Assim, menos alimentos foram produzidos, já que as famílias estão deixando de consumi-los, visto a perda de poder aquisitivo causada pela inflação, e isso pode explicar a queda do setor”, esclarece Bernardo Almeida, em nota oficial.
Pelo lado da oferta, a pressão negativa do desabastecimento de insumos e do encarecimento das matérias-primas persiste, porém de forma mais “suave”, disse Almeida.
“Esses fatores, além das incertezas em relação à conjuntura macroeconômica do Brasil, afetam as tomadas de decisões dos produtores e dos consumidores, reduzindo o seu consumo para reter um pouco o poder aquisitivo”, completou o pesquisador do IBGE.
Na média global, a indústria nacional caiu 0,7% em setembro ante agosto. Em São Paulo, maior parque industrial do País, houve uma queda de 3,3%, principal impacto negativo no total nacional. Em setembro, a indústria paulista operava em patamar 23,9% abaixo do pico alcançado em março de 2011.
“A inflação afeta diretamente os alimentos da cesta básica das famílias, e justamente impacta diretamente o poder aquisitivo das famílias. Com a inflação retirando poder aquisitivo, as famílias vão reduzir, vão diminuir o consumo de determinado alimentos, priorizando outros”, confirmou Almeida, em entrevista a jornalistas. “Por isso a gente observa nesse mês de setembro o setor de alimentos com impacto negativo obre a indústria.”