No início desta segunda-feira, o Ibovespa abriu o pregão em território negativo devido à maior cautela nos mercados internacionais após os problemas no setor financeiro dos Estados Unidos. As ações ligadas ao petróleo e aos bancos foram as principais responsáveis pela queda do índice brasileiro. Além disso, os investidores estavam de olho nos próximos passos do Federal Reserve (Fed), o banco central americano, e seus efeitos sobre os juros futuros do Brasil.
Os setores de maior peso na bolsa brasileira foram os que mais sofreram perdas, com destaque para as ações relacionadas ao petróleo e ao setor financeiro. As quebras do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank (entenda aqui) causaram um ambiente negativo nos mercados. No entanto, os primeiros indícios apontam que as medidas anunciadas ajudaram a acalmar os mercados, mas os próximos dias e semanas serão cruciais.
O Federal Reserve (Fed), a Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC) e o Departamento do Tesouro dos EUA anunciaram a criação de uma linha de financiamento de emergência para empréstimos às instituições financeiras e relaxaram os termos para empréstimos por meio de sua janela de descontos.
No entanto, os acionistas do SVB e alguns detentores de dívidas não garantidas não serão protegidos pelo acordo, e a incapacidade do governo de encontrar um comprador para o SVB aumenta a preocupação dos acionistas. O First Republic, outro banco, possui mais de US$ 70 bilhões em liquidez não utilizada para financiar operações de acordos com instituições como o Fed e o J.P. Morgan Chase. A indústria está enfrentando maiores despesas de financiamento e mais consolidação, mas ainda não há uma crise de liquidez no setor bancário.
No Brasil, o Itaú PN (-0,71%), o Bradesco PN (-0,88%), o BB ON (-0,08%) e as unidades do Santander (-1,09%) recuavam. Enquanto isso, as ações da Petrobras PN (-1,84%) e da Petrobras ON (-2,11%) caíam ainda mais, em razão da baixa de cerca de 4% dos contratos futuros de petróleo Brent. O óleo operava em queda como reflexo dos temores de crise financeira nos Estados Unidos.
O Banco Inter, C6 e PagSeguro afirmaram que não têm exposição ao Silicon Valley Bank (SVB). Ambos declararam que nunca tiveram qualquer relação comercial com o SVB.
O Nubank também havia emitido nota semelhante no sábado.