Desse total, a renda fixa respondeu por 85%, com captações somando R$ 89,1 bilhões de janeiro a março, o melhor primeiro trimestre para a categoria desde 2012. O número de operações pode ainda aumentar em R$ 19,7 bilhões, por conta de ofertas que estão em análise na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O carro-chefe no primeiro trimestre foi a emissão de debêntures, com R$ 55,9 bilhões, quase o dobro do mesmo período do ano passado e um recorde para esse tipo de ativo. Nas debêntures, a Anbima destaca algumas grandes operações no período, como a Claro, que captou R$ 4,3 bilhões, a da Equatorial Energia (R$ 4 bilhões) e a da Iguá RJ (R$ 4 bilhões). Os principais destinos dos recursos captados via debêntures foram capital de giro (34,2%) e refinanciamento de passivo (24,2%).
Uma tendência observada no primeiro período do ano foi que os bancos coordenadores das operações e demais participantes reduziram o porcentual do papel que colocam em suas carteiras. Com isso, essa fatia caiu de 62,9% para 51,6%. Já os fundos de investimento mostraram-se mais interessados nas debêntures, elevando sua participação de 24,7% para 36,6%, segundo a Anbima.
O vice-presidente da Anbima, José Eduardo Laloni, ressalta em nota a imprensa que o cenário internacional teve um papel importante no resultado da renda fixa no primeiro trimestre. Com a perspectiva de alta de juros nos Estados Unidos, a guerra da Ucrânia e o real mais fortalecido, ficou desfavorável captar no exterior, o que fez empresas procurarem tomar recursos no mercado doméstico, sobretudo via debêntures.