Segundo o presidente do Sinal, Fábio Faiad, a assembleia dos servidores para decidir os rumos do movimento continua mantida para amanhã, às 14h. “Não tendo reunião, o indicativo já está tirado: é a continuidade da greve para ser reavaliada na quinta.”
A reunião entre Campos Neto e os sindicatos havia sido acertada no fim da semana passada após o acirramento da greve dos servidores do BC, iniciada no dia 1º de abril e com prazo indeterminado. Sem avanços na negociação com a diretoria da autarquia e com o governo pela recomposição salarial de 26,3% e a reestruturação de carreira, a categoria tem subido o tom em relação aos impactos do movimento sobre o funcionamento regular do BC.
Na última semana, o Sinal afirmou que a greve poderia interromper, parcial ou totalmente, as divulgações do BC, como o Boletim Focus e de diversas taxas, como a ptax, além das atividades preparatórias para o Comitê de Política Monetária (Copom) e o Comitê de Estabilidade Financeira (Comef). Já o Pix e as mesas de operação serão mantidos, mas o esquema de contingência de manutenção e monitoramento pode afetar pontualmente esses serviços.
Importante bússola para o mercado para analisar os rumos da economia brasileira e da política monetária, o Boletim Focus completou hoje duas semanas sem divulgação. Da mesma forma, não houve publicação do fluxo cambial nas últimas semanas e das estatísticas de crédito, fiscal, e de setor externo referentes ao mês de fevereiro.
Hoje, em evento do Traders Club e da Arko Advice, Campos Neto voltou a admitir que a greve pode atrasar os planos do BC para o real digital, com possibilidade de o piloto não ficar pronto no fim deste ano.