O dado é importante porque, dos empreendimentos que participaram da pesquisa, a maior parte (80%) tem o controle exercido por uma ou mais famílias. O levantamento ouviu 367 representantes de empreendimentos rurais de grande porte do chamado elo “dentro da porteira” – ou seja, de produção agrícola e pecuária – de todas as regiões do Brasil.
“Quando as próximas gerações vão assumindo o negócio, o processo decisório vai dependendo cada vez menos só do sócio principal”, diz Giovana Araújo, sócia-líder de Agronegócio da KPMG.
Conselho de Família
Segundo ela, à medida que o negócio vai passando para as próximas gerações, se torna cada vez mais presente a existência de um conselho de família, estrutura de governança que tem ajudado na tomada de decisões – incluindo o próprio planejamento da sucessão. “E, quando há o conselho de família, observamos a implementação de programas de treinamento das próximas gerações com mais frequência.”
De acordo com a pesquisa, 29% dos empreendimentos rurais familiares possuem conselho de família formalizado, enquanto outros 11% possuem algum outro fórum de discussão familiar.
“Por muito tempo, as grandes empresas do agronegócio listadas na Bolsa de Valores foram a única fonte de informação sobre a maturidade da governança na agropecuária. Com essa pesquisa, quisemos colocar uma lupa no elo ‘dentro da porteira’, que é o coração do setor”, diz Giovana. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.