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Taxas de juros caem com reação de Treasuries longos ao Fomc e ajustes pré-Copom

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Estadão Conteúdos

A sinalização do Federal Reserve para a política monetária dos Estados Unidos nos próximos meses colocou os juros futuros em forte queda, acompanhando a virada para baixo da curva dos Treasuries longos no meio da tarde, com o mercado computando os riscos de recessão da economia americana vindos de uma postura agressiva do banco central americano. As demais taxas também recuaram, com destaque para os contratos de curtíssimo prazo com ajustes de última hora nas apostas para a Selic no encontro do Copom, cuja decisão era esperada para o período da noite.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2023, que embute as apostas para a Selic nas reuniões do Copom restantes em 2023, fechou em 13,735% (mínima), de 13,77% no ajuste de terça-feira. A do DI para janeiro de 2024 também encerrou na mínima, de 13,085%, de 13,239% na terça, e a do DI para janeiro de 2025 caiu de 11,917% para 11,74%. A do DI para janeiro de 2027 devolveu 20 pontos-base, saindo de 11,56% para 11,36%.

A espera pelo desfecho do Comitê Federal de Mercado aberto (Fomc, em inglês) colocou o mercado de juros em banho-maria até o meio da tarde. Logo que saiu o comunicado, a reação dos DIs foi neutra, com a decisão de elevar os Fed Funds em 75 pontos-base, para a faixa entre 3,00% e 3,25%, sendo o consenso do mercado. Mas num segundo momento embalaram um movimento de queda, nos vencimentos longos. “O Fed veio mais hawk que o mercado esperava, com números piores de crescimento. Quanto mais o Fed apertar, mais ajuda o Banco Central na luta contra inflação”, afirma um gestor, destacando que os rendimentos dos Treasuries longos tinham virado para baixo.

“Juros mais altos e PIB mais fraco colocam os preços de commodities para baixo”, lembra o gestor de renda fixa da Sicredi Asset, Cassio Andrade Xavier. Na sequência do comunicado, a entrevista de Jerome Powell consolidou a trajetória de queima de prêmios, dada a indicação de que a ideia é apertar a política monetária até que a inflação volte à meta de 2%, ainda que com o risco de abalar a atividade. “Avaliamos que será preciso levar juros a nível restritivo e mantê-los ali”, destacou Powell.

Junto com a confiança de que a postura hawkish do Fed será efetiva contra a inflação, agentes também ajustaram apostas para o Copom, na reunião desta quarta e na reunião de outubro. “A percepção é que caiu o risco de o BC subir a Selic em 25 pontos”, disse o economista-chefe da Greenbay Investimentos, Flávio Serrano.

No período da tardea curva apontava apenas 6,5 pontos-base de alta para a Selic nesta quarta-feira, ou 25% de chance, de 30% na terça e 40% na segunda-feira.