O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Luis Felipe Vital, avaliou nesta quarta, 24, que, apesar do cenário externo em outubro ter sido favorável para os mercados emergentes, o Brasil continuou em uma situação de volatilidade devido aos questionamentos domésticos com a direção da política fiscal no mês passado.
“Outubro teve um noticiário bastante intenso no cenário externo, com pressões de energia, percepção de inflação maior e menor crescimento global, e com os Bancos Centrais se preparando para a retirada de estímulos. Por outro lado, os índices de ações tiveram altas e balanços corporativos vieram mais positivos que o esperado. Então, no conjunto, o mês de outubro teve uma melhora na percepção de risco para emergentes, mas não para Brasil”, destacou.
Segundo Vital, o mercado de juros brasileiro seguiu bastante pressionado no mês passado. Enquanto a parte curta da curva reagiu a mudanças de expectativas na política monetária – com um aperto mais forte na Selic -, os papéis mais longos reagiram bastante ao noticiário fiscal.
“As discussões sobre a PEC dos precatórios e os ajustes no teto de gastos impactaram a percepção de risco dos investidores e se traduziram em juros mais altos. As taxas praticadas nos leilões foram aumentando ao longo de outubro”, apontou. Vital citou a taxa da LTN de 24 meses, passou de 9,65% no começo de outubro para 12,04% no último leilão do mês.