O IBGE lembra que todos os locais visitados no teste nacional serão novamente recenseados a partir de 1º de agosto, quando começa a coleta oficial do Censo Demográfico em todo o País.
“A coleta começa em agosto, mas no mês anterior já terão trabalhadores em campo fazendo a pesquisa de entorno de domicílios, onde nossos agentes percorrem rua a rua do País para conhecer o território”, lembrou o diretor de Geociências do IBGE, Claudio Stenner, sobre o levantamento de informações a respeito de características urbanas, como existência de pavimento, qualidade das calçadas, ponto de ônibus e ciclovia, por exemplo.
Stenner conta que o teste mostrou a necessidade de diferentes ajustes na operação censitária, desde operacionais, tecnológicos, até adaptações do vocabulário do manual de orientação sobre a coleta.
“Por exemplo, uma frase de orientação no manual no Rio de Janeiro todo mundo entende bem, mas no Maranhão teve alguma dúvida de interpretação. Foi corrigido. São pequenos ajustes”, contou o diretor. “Estamos pensando nos últimos detalhes.”
“Tudo foi avaliado exaustivamente e está sendo ajustado dentro das áreas de trabalho”, corroborou Luciano Tavares Duarte, da Gerência Técnica do Censo Demográfico do IBGE.
Visitas a 59 mil endereços
No teste nacional, os recenseadores visitaram 59.535 endereços, sendo 39.477 deles domicílios ocupados por moradores. Os técnicos conseguiram realizar 38.371 entrevistas: 98,1% na modalidade presencial, 1,3% pela internet e 0,6% por telefone.
O resultado significa que 111.184 pessoas foram recenseadas nas 27 localidades selecionadas para o teste. Os primeiros resultados mostraram que esse universo era composto por 57.514 mulheres (51,7% do total) e 53.670 homens (48,3%).
O local com maior proporção de mulheres foi o bairro de Amaralina, em Salvador, na Bahia, onde elas representavam 56,3% da população. Apenas oito localidades visitadas tinham mais homens do que mulheres: Tigrinhos (SC), Jardim Olinda (PR), Lagoinha do Piauí (PI), Lajeado (TO), Novo Remanso (Itacoatiara/AM), Ema (Pindoretama/CE), Macujê (Aliança/PE) e Sucuri (Cuiabá/MT).
A população idosa, de 60 anos ou mais, somava 18.575 pessoas, ou 16,7% do total de recenseados. Em Amaralina (Salvador/BA), a proporção de idosos subiu a 26% da população. O resultado também foi expressivo no bairro Araçás (Vila Velha/ES), com 24,1% da população local enquadrada como idosa; Minas Brasil (Belo Horizonte/MG), com 23,3%; e Paulo de Frontin (RJ), com 22,2%. A localidade de Samambaia, em Brasília, tinha a menor proporção de idosos em sua população, apenas 7,2%.
No Censo Demográfico de 2010, somente 10,8% da população estavam nessa faixa etária de 60 anos ou mais de idade. O teste no Bairro Liberdade, em Porto Velho/RO, apontou um aumento no número de moradores idosos em relação ao último Censo. Em 2010, os idosos representavam 8,8% da população do bairro, proporção que subiu agora a 18,3%.
O IBGE notou ainda que, entre os nove municípios que foram totalmente recenseados, houve redução na população residente em relação ao Censo 2010 em dois deles: Engenheiro Paulo de Frontin (RJ) e Jardim Olinda (PR). Já Tigrinhos (SC) apresentou um aumento populacional de 32,2% no período. Os recenseadores visitaram 1.081 endereços no município catarinense, sendo 860 deles com moradores, revelando 2.322 habitantes na cidade, contra um total de 1.757, em 2010, ou seja, 565 pessoas a mais.
O local recenseado com maior população residente foi o município Engenheiro Paulo de Frontin, no Rio de Janeiro, onde os técnicos apuraram 12.304 habitantes. O menos populoso foi o município de Jardim Olinda, no Paraná, com apenas 1.391 moradores.
Os lares visitados no teste tinham, em média, 2,9 moradores cada um. O número de habitantes subia a uma média de 3,5 pessoas por domicílio no Eixo Central da sede do município de Mucajaí, em Roraima, mas descia a 2,3 pessoas por residência em Amaralina, Salvador.
A taxa de não resposta foi de 2,8% em todo o universo de domicílios permanentes ocupados encontrados no teste do IBGE. Os recenseadores tiveram mais dificuldades em obter entrevistas em Mucajaí (com taxa de não resposta de 6,5%) e no bairro Liberdade, em Porto Velho (6,1%).