Pelas regras do setor elétrico, toda hidrelétrica deve garantir um determinado volume de geração previamente determinado, além de respeitar um cronograma específico de manutenção de suas turbinas e demais equipamentos.
O isolamento social e as dificuldades de contratação de serviços e suprimentos ocasionadas pela pandemia teriam prejudicado o calendário das empresas que operam no Rio Madeira, em Rondônia.
LIXO ACUMULADO
Há duas semanas, a concessionária Jirau Energia enviou informações à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), para afirmar que por falta de mão de obra teve dificuldades até de realizar a limpeza das telas instaladas na frente de suas turbinas. O acúmulo do material travou a passagem de água e reduziu a geração, segundo a empresa. Entre janeiro e maio de 2021, no “período úmido”, foram realizadas por Jirau apenas 155 intervenções de limpeza nas máquinas, o que representa 40% da quantidade do mesmo período do ano anterior (256).
O resultado é que, segundo a empresa, a falta de manutenção provocou falhas em equipamentos que teriam levado a um total de 342 horas de indisponibilidades das turbinas em 2021. A companhia reclama ainda que registrou 1.274 horas de indisponibilidades de máquinas para fazer a “decantação” do material acumulado em frente aos equipamentos, por causa do tempo necessário para que todo material acumulado fosse removido naturalmente. Agora, pede que essas horas sejam “perdoadas” e que a companhia não seja punida por essa geração frustrada.
Por meio de nota, a Jirau Energia declarou que as medidas de prevenção contra covid-19 “causaram um impacto significativo na geração e no consumo de energia no Brasil, assim como a necessidade de isolamento e distanciamento social que impactou consideravelmente as rotinas de trabalho”.
Segundo a empresa, os cronogramas das manutenções e os indicadores de operação “ficaram comprometidos em função das medidas de restrições que foram necessárias para manter a saúde das pessoas e a operação da Usina Jirau”.
O cenário, afirmou a companhia, levou a escalas especiais de trabalho para prosseguir com a operação. “Contudo, os indicadores operacionais foram afetados e com as devidas argumentações a empresa solicitou à Aneel a revisão do indicador de disponibilidade.”
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.