Isoladamente em setembro, o Monitor apontou alta de 0,3% no PIB na comparação a agosto, com ajuste sazonal. Em relação a setembro de 2020, houve avanço de 2,4% da atividade econômica.
Para os pesquisadores do Ibre/FGV, os resultados sugerem que “a economia brasileira reverteu a trajetória de recuperação que havia sido observada no terceiro e quarto trimestre de 2020 e no primeiro trimestre deste ano”. A retração de 0,1% no terceiro trimestre ante o segundo será a segunda queda seguida na comparação com períodos imediatamente anteriores.
“A taxa acumulada em 12 meses, até setembro foi de apenas 3,7%. À exceção da extrativa mineral e a administração pública, todas as demais taxas acumuladas em 12 meses foram positivas. Nesta comparação, destaca-se a taxa do setor de Serviços que havia sofrido quedas mensais contínuas e elevadas desde abril do ano passado até maio deste ano e apresenta taxas acumulada em doze meses positivas e crescentes desde junho, com a taxa até setembro sendo de 3%”, diz a nota divulgada pelo Ibre/FGV.
Apesar da retração na atividade econômica agregada, a recuperação do setor de serviços, atrasada em relação aos demais, prosseguiu no terceiro trimestre, conforme os dados do Monitor do PIB. O destaque foi a atividade de “outros serviços”, que pesa em torno de 15% no PIB. Em meio à pandemia, essa atividade chegou a tombar 22,7% na comparação mensal, mas, desde abril deste ano, vem apresentando taxas positivas “elevadas”.
“Este desempenho se deve à maior abrangência da vacinação, que possibilitou a maior interação entre as pessoas com idas a hotéis, bares, restaurantes, viagens etc. Isto é compatível com o consumo de serviços por parte das famílias que neste trimestre cresceu 8,9%, enquanto o de bens, à exceção de semiduráveis (vestuário e calçados), reduziu-se”, diz a nota do Ibre/FGV.
Na análise desagregada dos componentes sob a ótica da demanda, na comparação do terceiro trimestre com igual período de 2020, o destaque foi o consumo das famílias. Nas contas do Monitor do PIB, houve um crescimento de 4,4%. “Esse resultado foi influenciado, principalmente, pelo crescimento de serviços (8,9%). Por outro lado, o componente de produtos duráveis apresentou sua primeira queda em doze meses (-1,7%). Na série com ajuste sazonal o consumo das famílias apresentou avanço de 0,7% em comparação ao trimestre anterior”, diz a nota do Ibre/FGV.
Já a formação bruta de capital fixo (FBCF) saltou 11,8% na comparação com o terceiro trimestre de 2020, segundo o Monitor do PIB. Na comparação do terceiro com o segundo trimestre, houve queda de 4,9%. Com isso, a taxa de investimentos ficou em 18,1% do PIB no terceiro trimestre.
No setor externo, as exportações subiram 0,8% na comparação com o terceiro trimestre de 2020, enquanto as importações saltaram 28,5%.
O Monitor do PIB procura antecipar a tendência do principal índice da economia a partir das mesmas fontes de dados e metodologia empregadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo cálculo oficial das Contas Nacionais. Os dados do terceiro trimestre estão previstos para serem divulgados no próximo dia 2.