Se não fossem esses gastos eleitorais, o déficit poderia ser praticamente zerado, mesmo com o benefício mínimo de R$ 400 do Auxílio Brasil. O levantamento feito pelo Estadão inclui tanto novas despesas quanto renúncias tributárias.
“O presidente está numa toada desesperada por votos, e o único que segura a chave do cofre está em minoria política”, diz o pesquisador do Insper Marcos Mendes, referindo-se ao ministro da Economia, Paulo Guedes – que vem cedendo às pressões de Bolsonaro por mais despesas, como o aumento a policiais. “O interesse do presidente em expandir gastos casa com o da maioria das lideranças do Congresso, com o objetivo de garantir suas próprias eleições.”
O custo adicional de R$ 54,4 bilhões para bancar o Auxílio Brasil está entre as medidas já acertadas. O planejado era fixar um valor menor, entre R$ 275 e R$ 300, mas o presidente resolveu pagar os R$ 400, aconselhado pelos seus ministros políticos. O pacote já conta também como certo o vale-gás, com custo de R$ 1,9 bilhão, despesa que já será incorporada ao Orçamento pelo relator, deputado Hugo Leal (PSD-RJ).
A expectativa entre aliados políticos do governo é de que Bolsonaro ainda vai buscar a aprovação de outras medidas, como a correção da tabela do Imposto de Renda, promessa de campanha em 2018, com o aumento da faixa de isenção no início de 2022 para entrar em vigor no mesmo ano. Para a faixa subir dos atuais R$ 1,9 mil para R$ 2,5 mil, a renúncia seria de cerca de R$ 23,5 bilhões.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.