O dólar operou sem sinal único nesta segunda, 20, ante os principais rivais, enquanto investidores avaliam os potenciais impactos da variante ômicron do coronavírus para a economia global e as posturas de bancos centrais de países desenvolvidos, especialmente após a recente guinada “hawkish” da última semana. Já entre emergentes, a lira turca foi destaque em um dia de intensa volatilidade seguindo o noticiário da crise cambial do país, enquanto o peso chileno teve forte desvalorização após a vitória de Gabriel Boric no segundo turno da eleição presidencial.
O índice DXY, que mede o dólar ante seis rivais, caiu 0,01%, a 96,551 pontos. No fim da tarde em Nova York, o euro subia a US$ 1,1277 e a libra caía, a US$ 1,3209, enquanto do dólar caía a 113,68 ienes.
Para o CIBC Capital Markets, olhando para o futuro, ainda há uma tendência de alta para o dólar no próximo ano. A moeda pode subir ainda mais à medida que os mercados começam a precificar o uma taxa de juros para o Federal Reserve (Fed) mais elevada. “E há um bom motivo acreditar que isso acontecerá considerando que estamos esperando uma reaceleração acentuada na atividade após a onda de covid-19 de inverno”, aponta. No caso do euro, o CIBC acredita que um longo período de inércia da política do Banco Central Europeu (BCE) contra as expectativas firmes hawkish do Fed sublinha uma tendência para a moeda comum permanecer na defensiva em 2022.
Na intensa sessão da lira turca, a moeda chegou a ficar acima da cotação de um dólar a 18 liras, depois que o presidente Recep Tayyip Erdogan voltou a defender sua política dizendo que os cortes de juros “não podem ser a causa” da alta inflação no país, a qual ele prometeu que fará recuar a uma taxa de cerca de 4% ao ano em breve. Por sua vez, depois de anunicar uma série de medidas buscando reduzir a dolarização, incluindo a introdução de um novo programa que protegerá as poupanças das flutuações da lira e a compensação das perdas incorridas pelos detentores de depósitos na moeda local, o ativo disparou. Ao final da tarde, a moeda turca avançava mais de 18% ante o dólar, que era cotado a 13,4182 liras.
No Chile, seguindo o resultado da eleição, o peso local se desvalorizou mais de 3%, e o dólar era cotado a 871,44 pesos no fim da tarde. Para a Fitch, “as escolhas de Boric para seu gabinete, as prioridades políticas e o plano fiscal de médio prazo, que serão apresentados alguns meses após a posse, ajudarão a esclarecer as perspectivas da política econômica e fiscal do Chile. Os elementos-chave do novo projeto constitucional também serão fundamentais para determinar as perspectivas”.