A percepção é relatada pela Associação Nacional das Empresas de Transporte Rodoviário de Passageiro (Anatrip), que relatam que uma “luz amarela” já se acendeu no setor. “As empresas nos passaram um cenário que é basicamente o mesmo, bastante remanejamento de funcionários e de viagens já marcadas. Assim como o caso de passageiros cancelando viagens”, afirmou ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) o assessor jurídico da Anatrip, Gabriel Oliveira. O movimento começou em dezembro e tem se intensificado.
A entidade ainda não tem dados consolidados sobre a alta de casos de covid entre os funcionários das associadas, nem sobre os cancelamentos e remarcações de viagens. Mas, por ora, a percepção é de que o avanço do coronavírus no Brasil tem provocado tais efeitos no segmento. A Anatrip inclusive orientou as empresas a questionarem seus clientes sobre o motivo da remarcação, para mensurar estatisticamente o impacto do vírus neste momento.
Mesmo antes da pandemia, as empresas de transporte rodoviário interestadual de passageiros já eram obrigadas a fornecer a remarcação de bilhetes, sem taxa, pela qual o cliente permanece com um crédito com validade de 365 dias, explicou Oliveira. Segundo ele, por sua vez, as companhias têm acompanhado um aumento no número de pedidos de remarcação. “A curva continua crescendo, principalmente de colaboradores sendo afastados”, afirmou Oliveira.
Em razão do afastamento de funcionários com covid, algumas empresas têm cancelado viagens. Outra providência tomada é a redução automática na quantidade de horários ofertados para certas rotas. “De forma que seja criado banco de reserva de colaboradores para facilitar a parte operacional de viagens já marcadas”, disse o assessor jurídico da Anatrip. Por isso, ele orientou também que os passageiros fiquem atentos aos canais de comunicação da empresa, para serem informados sobre eventuais cancelamentos.
Procurada, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) afirmou que continua em vigor uma resolução editada em 2020 para o setor, em razão da pandemia, que determina que as empresas deverão aplicar as orientações do Guia Sanitário de Veículos Terrestres do órgão, entre outros pontos. Além disso, informou que as companhias podem ajustar suas operações, alterando a frequência mínima dos serviços cadastrados na ANTT.