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Guia prático para entender o mercado de ações

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É muito comum nos esbarramos com notícias sobre a bolsa de valores ou o sobe e desce da cotação da ação de uma empresa qualquer no mercado de ações. Porém, a maioria das pessoas acredita que as variações desse tipo de negócio são algo distante da sua realidade ou que não as afetam de forma alguma.

Para mudar isso, preparamos este guia prático com tudo o que você precisa saber para entender como são feitas as negociações de ações. Então, se você está interessado, continue acompanhando este conteúdo até o final.

O que é o mercado de ações?

O mercado de ações é o local, não necessariamente físico, onde as empresas de capital aberto negociam suas ações e os investidores compram e vendem esses papéis em busca de ganhos financeiros. Para entender melhor o mercado de ações, daremos um passo atrás para compreendermos melhor o que são as ações e de onde elas surgem.

Uma ação representa a menor parte do capital de uma empresa. Quando ela decidir abrir seu capital, na prática, está dividindo a sua propriedade em milhares de pequenas partes, que podem ser compradas por interessados que, ao fazerem isso, se tornam acionistas da companhia e passam a usufruir dos eventuais benefícios disso, como ganhos a partir da valorização dessa ação ou poder de voto em decisões da companhia.

O processo de abertura de capital de uma empresa recebe o nome de IPO (sigla em inglês para Oferta Pública Inicial), que deve seguir uma série de requisitos para que seja reconhecido e autorizado pelo mercado. Normalmente, a maioria das companhias fazem isso para captar recursos no mercado que permitam que elas expandam sua atividade.

É importante não confundir o mercado de ações com a bolsa de valores, ainda que ambos sejam tratados como sinônimos. Quase sempre é na bolsa que acontecem as negociações do mercado de ações, mas ela não se limita a isso, já que muito outros ativos costumam ser negociados ali.

Como ele funciona?

O mercado de ações pode ser dividido em dois momentos: o primário, que acontece sempre após a IPO — nesse estágio, todo dinheiro arrecadado fica com a empresa —, e o secundário, que é quando os investidores entram em cena, comprando e vendendo os papeis que tem em mãos.

A maior parte das notícias que saem na mídia dizem respeito às negociações do mercado secundário, onde o dinheiro fica com quem vendeu a ação e não mais com a empresa que a emitiu. É nele que a maioria dos investidores atuam para obter retornos investindo em ações — e não é difícil entender como isso acontece.

Quem tem uma ação em mãos avalia as condições do mercado, podendo afetar o preço daquele papel na expectativa de que alguém pague por ele um valor maior do que a cotação atual. Quando isso acontece, o investidor lucra com a venda, mas, se por algum motivo ele tiver que vender suas ações por um valor menor do que a cotação, ele precisa lidar com o prejuízo.

Afinal, quem define o preço das ações? De modo geral, uma série de fatores influencia a cotação de um papel, como o desempenho da empresa, condições específicas do mercado ou mesmo notícias que afetem o cenário econômico e político.

Todavia, de forma resumida, o mercado de ações segue uma velha lei da economia, a qual você já deve estar familiarizado: a da oferta e da demanda. Quanto mais promissora for uma ação, mais investidores se interessarão em comprá-la. Como o número de papéis é limitado, isso reduz a oferta no mercado e faz com que o preço dispare.

No sentido oposto, se a empresa emissora da ação apresentar problemas, isso dará uma indicação ruim aos investidores. Dessa forma, a tendência é que quem tenha papel dessa companhia na carteira tente se desfazer deles o quanto antes, fazendo com que a cotação caia.

É nesse momento que muitos investidores aproveitam para atuar no sentido oposto, comprando ações com preços menores na expectativa de que elas se valorizem no futuro. É o que costumam ser chamado de “comprar na baixa e vender na alta”.

Quem pretende entrar no mercado de ações também deve ficar de olho na relação entre volatilidade e risco. Por volatilidade, entende-se a medida de variação de preços de um ativo. Ou seja, quanto mais volátil o preço de uma ação for, mas ela muda de forma brusca de cotação.

Porém, é possível utilizar a volatilidade seu favor. Isso acontece porque ela está atrelado ao risco: quanto mais volátil é uma ação, mais arriscada ela é para se investir. Essa ligação ajuda o investidor a encontrar a aplicação melhor alinhada ao seu perfil, do mesmo modo que permite que ele encontre investimentos com maior rentabilidade, já que essa exposição ao risco costuma ser recompensava com ganhos mais atrativos.

O principal mercado de ações brasileiro é a B3, popularmente conhecida como bolsa de valores de São Paulo ou ainda Bovespa. Todas as operações nela acontecem entre 10 da manhã e 6 da tarde, sempre em dias úteis. Existe ainda o chamado after market, período posterior ao horário de fechamento da bolsa em que os investidores podem fazer alguns tipos de negociação.

Foi-se o tempo em que o mercado de ações era representado por várias pessoas falando em diferentes telefones ao mesmo tempo, comprando e vendendo ações de forma frenética. Hoje em dia, nem mesmo é preciso estar presente na bolsa de valores, já que é possível fazer praticamente todo tipo de negociação pela internet, de qualquer lugar.

Qual sua importância para a economia do país?

Quando você vê nas notícias que a bolsa de valores subiu ou desceu, é provável que o jornalista que elaborou a matéria esteja se referindo ao sobe e desce do chamado índice Ibovespa. Ele é o indicador de referência do mercado de ações brasileiro.

O Ibovespa reúne em um único número as variações das ações das principais empresas que têm papéis negociados no pregão da Bovespa. Ele é indicado a partir de uma escala de pontos e o percentual de oscilação indica o tamanho da variação no número de pontos do índice.

E mesmo quem não investe na bolsa de valores, seja em ações ou quaisquer outros ativos comercializados lá, é afetado pelo o que acontece no mercado de ações, uma vez que ele reflete e influencia o que acontece no cenário econômico com um todo.

Praticamente toda decisão do governo sobre aspectos econômicos têm efeito quase que imediato na bolsa de valores. Elas mexem com as expectativas dos investidores e fazem com que eles tomem decisões mais ou menos arriscadas na expectativa de obterem bons retornos.

Do mesmo modo, se a economia do país dá sinais de que está patinando, é normal que as empresas com ações negociadas na bolsa percam valor de mercado. Quando as expectativas do cenário econômico são promissoras, o inverso acontece e as empresas passam a valer mais e chamar a atenção de investidores, inclusive do exterior, trazendo novos recursos para cá.

O que são as bolhas acionárias?

Um medo constante de todos os investidores do mercado de ações são as chamadas bolhas acionárias. Apesar do nome, elas não são personagens de filme de terror, embora causem calafrios não só para quem compra e vende ações, mas para a economia como um tudo.

Uma bolha econômica acontece quando determinado ativo ou produto é negociado por muito tempo com valor superior ao que ele efetivamente vale, sem que haja qualquer justificativa aparente. A esse processo de crescimento dos preços (o inflamento da bolha), que atrai diversos novos compradores, se segue uma abrupta queda nos preços, o que representa o estouro da bolha.

Como essas bolhas se formam?

As bolhas se formam a partir de uma série de condições propícias para isso, o que torna difícil isolar um único motivo para explicar o surgimento de total fenômeno. Contudo, de forma geral, é possível dizer que elas surgem em um momento de euforia dos investidores diante da possibilidade de um novo investimento atrativo, principalmente quando acontece uma alteração significativa na economia ou uma nova tecnologia é introduzida.

Com essa nova oportunidade de ganhar dinheiro em vista, muitos investidores passam a investir nesse produto ou ação de forma bastante rápida. Como você leu antes, isso faz com que a cotação do papel comece a subir.

Tal valorização dispara um efeito manada, ou seja, mais pessoas percebem que aquela ação parece promissora e correm para investir nela, elevando ainda mais a cotação e dando início ao processo de inflamento da bolha.

Ele prosseguirá até que, em determinado momento, aconteça o estouro: algum evento faz com que a maioria dos compradores dessas ações perceba que o valor atual não condiz com a realidade e comece a vender os papéis de forma igualmente rápida, assim como no momento em a que a bolha estava inflando.

Qual o impacto das bolhas na economia?

A economia mundial já passou por inúmeras bolhas — a mais recente, em 2008, envolveu o mercado imobiliário americano. Excessivamente endividadas graças a uma oferta progressiva de crédito barato, muitas famílias deixaram de honrar o financiamento dos seus imóveis, o que levou muitas delas a darem calotes. Isso comprometeu diversas instituições financeiras que haviam investido em títulos atrelados a essas dívidas.

Justamente para evitar isso é que atuam no mercado diversos órgãos reguladores para garantir a segurança e a solidez dos negócios feitos na bolsa. No caso do Brasil, a principal dessas instituições é a CVM (Comissão de Valores Imobiliários), que age de forma a prevenir fraudes e quaisquer tipos de práticas irregulares que possam colocar em risco a estabilidade do mercado.

O mercado de ações, por mais distante que possa parecer da maioria das pessoas, está atrelado a economia, tanto nacional quanto internacional. Por isso, é importante entendê-lo aproveitar suas oportunidades, analisando se essa alternativa de investimento é condizente com o perfil e as metas do investidor.

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