O presidente do Cecafé, Nicolas Rueda, afirma em nota que a queda anual do volume reflete a entressafra de um ciclo menor na produção de café do Brasil. A entidade lembra também que o volume superou em 1,6% o de janeiro deste ano, o que indica uma “leve melhora no cenário logístico do comércio marítimo global”.
“Houve melhora no cenário logístico, o que contribuiu para a performance do mês passado”, diz Rueda. “Contudo, estamos longe da normalidade, com bastante instabilidade, alternando semanas boas com outras ruins, pois a disponibilidade de contêineres e espaços nos navios continua insuficiente para escoar o que estava represado no porto e embarcar as cargas que estão chegando para exportação”, prossegue.
Para a entidade, a guerra entre Rússia e Ucrânia causa preocupação para os exportadores brasileiros. De acordo com Rueda, tem se observado “a suspensão das atracações de navios nos dois países, por parte dos armadores”. A retirada de instituições financeiras russas do Swift também pode dificultar embarques para o país. Ele destaca, entretanto, que é cedo para projetar os reais impactos.
Em 2021, a Rússia foi o sexto maior destino do café brasileiro, com 1,22 milhão de sacas e receita de US$ 177,1 milhões.
No acumulado dos oito primeiros meses do ano-safra 2021/22, o Brasil embarcou 26,491 milhões de sacas de 60kg, queda anual de 18,2%; mas a receita cambial subiu 23,6% na mesma comparação, a US$ 4,998 bilhões, montante mais alto das últimas cinco safras.
Já para o primeiro bimestre do ano civil, o volume caiu 10,6% frente ao ano anterior, para 6,829 milhões de sacas, e a receita subiu 52,7%, para US$ 1,522 bilhão. O principal destino do café brasileiro continuou sendo os Estados Unidos, que receberam 19,8% das exportações totais do País.