A percepção de fontes que acompanham o negócio é de que não haverá um grande número de interessados por conta do tamanho do cheque estimado pela empresa, de cerca de R$ 40 bilhões. Entre os nomes que estão analisando a transação estão fundos como Apollo, Starboard e Advent, apurou o Estadão. O banco Morgan Stanley está assessorando a operação. As conversas com os private equities já começaram e devem ser anunciadas em breve.
Em 2019, a Odebrecht chegou perto de vender sua fatia na Braskem à LyondellBasell, mas a negociação foi suspensa devido ao aumento da insegurança jurídica em torno do grupo – um dos pivôs da Lava Jato – e outros imbróglios, como a dificuldade de se calcular os gastos com a reparação dos danos causados pela exploração de sal-gema pela petroquímica em Maceió.
Problemas em série
O processo de venda da Braskem é antigo, mas o formato da operação é complexo. Inicialmente, não estava claro se a Petrobras venderia sua fatia. E os potenciais interessados trouxeram a demanda de fatiamento da empresa.
No entanto, no fim do ano passado – com o mercado de renda variável em efervescência -, Novonor e Petrobras acertaram que a venda ocorreria via ofertas de ações. Um sindicato de bancos foi contratado para estruturar a transação. A ideia seria fazer esse movimento aos poucos, por causa do tamanho da operação. Entre o planejamento e a execução da estratégia, no entanto, o mercado de ofertas se fechou – e as companhias foram obrigadas a voltar à estaca zero.
Para a antiga Odebrecht, a venda é um passo para seguir com seu plano de recuperação judicial, que envolve dívida de R$ 100 bilhões. Apesar do fracasso da operação na B3, a Braskem quer ingressar no Novo Mercado – que tem mais exigências de governança corporativa – como forma de conquistar investidores.
Do lado da Petrobras, a venda em Bolsa ou para fundos privados muito capitalizados significa dar continuidade de saída de seus ativos não estratégicos. Das ações com direito a voto na Braskem, a Novonor detém 50,1% e a Petrobras, 47%. O restante está nas mãos de minoritários.
Procurado, o Starboard não quis comentar. Advent, Petrobras, Novonor e Braskem não retornaram os contatos.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.