Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e foram divulgados nesta sexta-feira, 13, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Se considerada toda a população subutilizada, que inclui também os desempregados (11,949 milhões) e os que trabalham menos horas do que poderiam e gostariam (6,509 milhões), faltou trabalho no primeiro trimestre para 26,812 milhões de brasileiros.
“A subutilização é mais elevada entre as mulheres”, lembrou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE. “Há tendência de redução nessa estimativa em todas as regiões”, ponderou.
No primeiro trimestre, a Pnad Contínua mostrou que a média de horas habitualmente trabalhadas por quem estava ocupado subiu a 39,4 horas semanas, já a média efetivamente trabalhada ficou em 37,7 horas no período.
A taxa de desemprego foi de 9,1% para os homens no primeiro trimestre, ante um resultado de 13,7% para as mulheres.
“É o cenário que a gente já conhece, a taxa de desocupação entre as mulheres é maior do que entre os homens”, confirmou Adriana Beringuy. “Essa diferença faz com que a taxa de desocupação entre as mulheres seja 50,5% maior do que aquele observada pelos homens”, completou.
Por cor ou raça, a taxa de desemprego ficou abaixo da média nacional para os brancos, em 8,9%, muito aquém do resultado para os pretos (13,3%) e pardos (12,9%).
Ou seja, a taxa de desemprego dos pretos era 49,4% maior que a dos brancos, enquanto a dos pardos era 44,9% superior. No primeiro trimestre de 2022, 64,2% dos desempregados no País eram pretos ou pardos.
A taxa de desemprego na média do País ficou em 11,1% no primeiro trimestre deste ano, mesmo resultado registrado no quarto trimestre de 2021. Em São Paulo, a taxa desceu de 11,1% no quarto trimestre de 2021 para 10,8% no primeiro trimestre de 2022, enquanto que o Rio de Janeiro mostrou piora, aumentando de 14,2% para 14,9% no período, uma das mais elevadas do Brasil.
“São Paulo tem base econômica mais diversificada, da produção industrial, da produção agrícola, da produção extrativa, fazendo com que essa diversidade econômica gere mais oportunidades de ocupação. Ao passo que aqui no Rio de Janeiro, sendo uma atividade econômica muito voltada para serviços e comércio, sendo essas as mais afetadas nos últimos anos, isso acaba atrapalhando a capacidade de geração de oportunidade de ocupação”, justificou Adriana Beringuy.