No primeiro trimestre, o consumo das famílias cresceu 0,7% no primeiro trimestre de 2022 ante o quarto trimestre de 2021. Em relação ao primeiro trimestre de 2021, a alta foi de 2,2% no primeiro trimestre de 2022, a quarta expansão consecutiva nesse tipo de comparação.
Ainda assim, o consumo das famílias está 0,7% abaixo do nível do quarto trimestre de 2019, no pré-pandemia, e 1,2% aquém do pico da série, registrado no primeiro trimestre de 2014.
A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurada pelo IBGE, encerrou o mês de março de 2022 com uma alta acumulada de 11,30%. Em abril, subiu a 12,13%. Já a taxa básica de juros, a Selic, está atualmente em 12,75% ao ano. Até meados de março era de 10,75% ao ano. Um ano antes, em meados de março de 2021, a Selic estava em apenas 2,00% ao ano.
“Não fosse inflação e Selic, o consumo poderia ter aumentando mais”, afirmou Rebeca Palis. “E o mercado de trabalho está meio de lado ainda. Cresce a ocupação, mas com rendimento em queda. A massa salarial real está muito afetada pela inflação”, completou.
Por outro lado, a expansão do crédito e a liberação de recursos do governo para as famílias, como Auxílio Brasil e antecipação do décimo terceiro salário de aposentados e pensionistas do INSS, ajudaram o desempenho positivo.
Rebeca Palis frisou que os saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) só começaram a ser pagos em abril, portanto ainda não influenciaram o PIB do primeiro trimestre.
O avanço de 1,0% registrado no primeiro trimestre de 2022 ante o quarto trimestre de 2021 no PIB do País foi impulsionado pelo desempenho do setor de serviços, segundo o IBGE. O PIB de serviços cresceu também 1,0% no período, e já está 2,2% acima do patamar do quarto trimestre de 2019, no pré-crise sanitária.
“Neste trimestre (primeiro trimestre de 2022), a retomada da demanda por serviços foi bastante importante”, apontou Rebeca Palis. “Os serviços estavam bastante represados”, acrescentou.