“(Uma defasagem de) 17% já é significativa. Se isso perdurar, vai levar a distorções, porque um importador não vai importar mais caro para vender mais barato aqui”, disse. Ele falou a jornalistas na saída do 16º Fórum IBEF de óleo, gás e energia, em hotel da zona Sul do Rio de Janeiro.
Hoje, uma parcela de três quartos do diesel consumido no Brasil é fornecida pela Petrobras e o restante é importado pela própria Petrobras e pelas três grandes distribuidoras do país, Ipiranga, Raízen e Vibra.
Almeida reiterou o risco de escassez “pontual” de combustível nos próximos meses, sobretudo diesel, se não houver respeito aos preços de mercado.
“Praticar preços descolados dos mercado, desincentiva a importação da qual o Brasil depende para completar o suprimento do mercado interno e aí vai começar a ter faltas pontuais de produto. Não vai ter falta generalizada, mas você pode ter faltas pontuais, por questões da própria logística de atendimento.
Ele faz referência a dinâmica de distribuição do combustível: as distribuidoras atendem as áreas do Brasil a partir de fontes determinadas e, se uma dessas fontes seca por questões de preço, diz ele, há algum desabastecimento.
“O caso do diesel eu vejo como mais crítico, porque temos uma combinação complicada: normalmente no segundo semestre há uma demanda maior que no primeiro, no Brasil e nos Estados Unidos”. Ele lista a colheita da soja, as férias de verão do hemisfério norte, quando o consumo de diesel e gasolina em carros aumenta em função das viagens, e a temporada de furacões, que ameaçam parques de refino e transporte de cargas. “O mercado fica muito curto e qualquer coisinha, uma parada de refinaria por algum problema, já gera falta de produto”, completa.
Ainda assim, diz ele, trata-se de conjuntura pontual e passageira. Eberaldo destacou que o Brasil, diferente de outros países, como a Argentina, não interveio diretamente nos preços das refinarias, mirando a mitigação do preço na bomba por meio da redução de tributos, o que é bom sinal ao investidor privado.