Investir em ativos — como as ações — não é a única possibilidade na bolsa de valores. Há alternativas disponíveis, como os contratos com derivativos. Para aproveitar essas opções, é indispensável saber o que é mercado futuro.
Nele são realizadas operações que não têm liquidação imediata. Como resultado, elas podem oferecer particularidades interessantes para investidores e especuladores. No entanto, é preciso ter conhecimento sobre o assunto para investir ou especular no mercado futuro.
A seguir, descubra como funciona o mercado futuro e entenda quais são suas características mais marcantes!
O que é o mercado futuro?
O mercado futuro envolve a negociação de contratos previstos para uma data futura. Ou seja, em vez de haver a liquidação em poucos dias, o processo acontece na data de encerramento prevista no contrato ou no fechamento da posição do especulador.
Por esse motivo, não são operados ativos no mercado futuro. Na verdade, existem os derivativos — que derivam de um determinado ativo, como o dólar, índices e commodities. Contudo, as negociações também acontecem na bolsa de valores — no ambiente do mercado futuro.
Inicialmente, a alternativa foi criada para proteger os produtores rurais da variação dos preços entre o plantio e a colheita. Assim, antes da plantação era possível negociar vendas para uma data futura. O processo garantia previsibilidade sobre os ganhos, pois o preço já era combinado previamente.
No começo, inclusive, o mercado futuro envolvia transações com produtos físicos, como as sacas de grãos. Mas, atualmente, ele funciona como uma alternativa de negociação financeira. Ou seja, a maioria dos contratos não envolve liquidação física com os próprios ativos.
O que são os contratos futuros?
Agora você já entendeu o que é o mercado futuro. Mas, o que são os contratos futuros? Esse conceito representa os derivativos negociados nesse ambiente. Eles são veículos que permitem ao investidor ou especulador se posicionar de forma comprada ou vendida em relação a um ativo até determinada data.
No passado, os contratos futuros eram apenas de um tipo, mas uma evolução levou à criação de mais uma alternativa de contrato no mercado brasileiro. Veja quais são elas!
Contratos cheios
Os contratos cheios são as versões “originais” dos acordos do mercado futuro. Eles exigem o posicionamento em um lote completo, demandando uma movimentação maior de recursos.
Minicontratos
Já os minicontratos futuros são versões menores dos contratos cheios. Então eles exigem uma movimentação financeira menor. Isso os torna mais acessíveis e permite que mais investidores ou operações aproveitem as oportunidades do mercado futuro.
Como o mercado futuro funciona?
No mercado à vista da bolsa de valores, os investidores realizam negociações que podem ser liquidadas em um tempo curto, pois a negociação é feita imediatamente. Quem compra uma ação, por exemplo, abre uma ordem de compra, realiza o pagamento e recebe o ativo em poucos dias.
No mercado futuro, o processo funciona de outro modo, como o próprio nome sugere. As negociações feitas envolvem uma data futura. Assim, seu funcionamento se baseia na possível variação de preços ao longo do tempo — o que gera ganhos (ou perdas) para o operador.
A seguir, entenda melhor como tudo funciona!
Sistema de ajustes diários
Uma das principais características do mercado futuro é que os ganhos ou as perdas são realizados diariamente a partir dos ajustes sobre os preços dos derivativos negociados. Isso acontece com base no valor de negociação inicial, que serve como referência.
Desse modo, as alterações nos preços são creditadas ou debitadas diariamente na conta do operador. Ao final, o resultado da posição no mercado futuro é a soma de todos os ganhos e perdas ocorridas durante o período em que o investidor ou especulador ficou posicionado.
Vale ressaltar que não é preciso levar o posicionamento em um contrato futuro até a sua data final. Por conta dos ajustes diários, o operador pode encerrar sua posição antes do vencimento. O resultado da operação será a soma de todos os ajustes realizados até ali.
Possibilidade de alavancagem
A alavancagem está entre as particularidades do mercado futuro. Ela se relaciona ao fato de que não é preciso envolver o próprio dinheiro ou apresentar a mesma quantidade financeira alavancada como margem para operar os contratos.
Em vez disso, só é necessário oferecer uma margem de garantia estabelecida pela corretora de valores — muitas vezes, menor que a exposição financeira — e ter dinheiro disponível na conta para que ocorram os ajustes diários.
Na prática, alavancar significa uma forma de operar com mais dinheiro do que se tem disponível em caixa — e do próprio montante oferecido como margem. A estratégia é bastante utilizada para especular na bolsa e pode trazer chances maiores de lucro — mas também gera maiores riscos, pois as perdas se potencializam.
Apresentação de margem de garantia
Devido à possibilidade de alavancagem, as operações no mercado futuro exigem garantias em relação ao pagamento efetivo. Do contrário, haveria o risco de um operador não conseguir custear sua operação.
A margem de garantia é o principal elemento nesse sentido e pode ser dada em dinheiro em conta ou em investimentos (como títulos de renda fixa ou ações). Dessa forma, o montante corresponde a uma porcentagem do preço do contrato futuro.
Como você viu, essa margem é definida conforme a corretora de valores que você utiliza como intermediária das operações. Portanto, é importante entender as regras e as margens de garantia que a sua instituição exige para as operações no mercado futuro.
Quais são os benefícios do mercado futuro?
Agora que você já sabe o que é mercado futuro, pode pensar em quais são as vantagens da alternativa. De modo geral, ele costuma ser visto como uma oportunidade para especular e aumentar a sua possibilidade de ganhos.
Além disso, o mercado futuro é utilizado como ferramenta de proteção (hedge) da carteira. Por exemplo, um investidor pode utilizar os derivativos para se proteger contra as variações cambiais em contratos de dólar.
A proteção também pode ser realizada para aportes em ações — por exemplo, operando com contratos de índice desse mercado. Como o contrato futuro envolve uma exposição ao preço futuro do ativo, é possível se proteger em certas operações.
Como operar no mercado futuro?
Para operar no mercado futuro é preciso entender antes se essa opção se adéqua ao seu perfil de investidor. Lembre-se de que a negociação de derivativos é parte da renda variável e tem riscos elevados, principalmente por conta das oscilações em curto prazo.
Também é importante aumentar o seu conhecimento sobre o assunto. A ideia é ter um entendimento mais completo sobre a modalidade de negociação para tomar decisões melhores e desenvolver maior potencial de alcançar seus objetivos.
Feito isso, a operação acontece de maneira simples — e semelhante ao mercado à vista, em termos de estrutura. Você deve ter conta em uma corretora de valores para ter acesso à bolsa de valores brasileira, a B3.
Depois, basta acessar o home broker e escolher o contrato ou minicontrato desejado. Eles são identificados por meio de um ticker correspondente, assim como acontece com as ações, fundos imobiliários etc.
Sabendo o que é mercado futuro você consegue delimitar se ele pode ser uma escolha interessante tanto para especular quanto para realizar hedge de carteira. Com os conhecimentos necessários e alinhamento ao seu perfil, há como operar nesse ambiente da bolsa!
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