De acordo com a FGV, a queda mais forte do Barômetro Antecedente sugere uma possível intensificação de uma tendência de enfraquecimento nos próximos três a seis meses, reforçando a percepção de desaceleração do crescimento econômico mundial no segundo semestre deste ano.
Todas as regiões pesquisadas tiveram desempenho negativo no mês, com quedas mais acentuadas na região da Ásia Pacífico e África.
“O ritmo de retomada das atividades caiu de forma generalizada entre as regiões, em face a restrições de disponibilidade de insumos intermediários nas cadeias produtivas e de oferta de energia. As pressões sobre o nível geral de preços criadas por essas restrições têm criado expectativas acerca de movimentos de política econômica que, por sua vez, impactam negativamente as perspectivas de um crescimento mais consistente da atividade econômica em todos os setores”, avalia Paulo Picchetti, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da FGV.
O Barômetro Coincidente reflete o estado atual da atividade econômica. O Barômetro Antecedente emite um sinal cíclico cerca de seis meses à frente dos desenvolvimentos econômicos reais. Os dois indicadores são produzidos pelo Ibre/FGV em colaboração com o Instituto Econômico Suíço KOF da ETH Zurique.
No Barômetro Coincidente, todas as regiões contribuem de forma negativa para o resultado de outubro, com destaque para a Ásia, Pacífico e África. Indicadores de quatro dos cinco setores monitorados pela pesquisa recuaram em outubro. A maior queda foi a do indicador do setor de Serviços, que após o quarto declínio seguido passa a registrar o menor nível entre os segmentos.
No Barômetro Antecedente, mais uma vez a região da Ásia, Pacífico e África é a que mais contribui com a queda do indicador em outubro, seguida da Europa e Hemisfério Ocidental. Essa é a primeira vez que todas as regiões registram níveis abaixo de 100 pontos no Barômetro Antecedente desde julho de 2020.