“O motorista já estrangulou tudo que tinha para estrangular”, afirma o presidente da Associação dos Motoristas de Aplicativos de São Paulo (Amasp), Eduardo Lima. Esse movimento de abandono da atividade já vinha ocorrendo desde o ano passado por conta dos aumentos anteriores.
Dos 120 mil motoristas de aplicativos da capital paulista, cerca de 30 mil (25%) deixaram a atividade no ano passado. Mas, com o arrefecimento da pandemia no final de 2021 e a redução do preço do combustível em janeiro, 5% retornaram à atividade, calcula Lima. “Mas agora, com o novo aumento, acredito que mais 25% vão deixar a atividade se nada for feito para compensar esse aumento de custos. No longo prazo, o número poderá ser maior.”
Denis Moura, diretor executivo da Associação de Motoristas de APP do Rio de Janeiro, concorda: “Era um movimento que já vinha acontecendo e, com aumento do preço dos combustíveis, deve-se acelerar, se não tiver algo para minimizar esse impacto”.
Rejeição
Num primeiro momento, o impacto da alta de custos dos combustíveis para os motoristas de aplicativos e para os usuários desse meio de transporte se traduz no avanço no número de corridas rejeitadas. Segundo Moura, os motoristas tentarão rejeitar as corridas que tenham rentabilidade reduzida.
Ele observa que o abandono da atividade não ocorre do dia para noite, porque boa parte dos motoristas está comprometida financeiramente, pagando o financiamento do carro, por exemplo.
No dia em que passou a valer o novo preço da gasolina, empresas anunciaram reajustes no valor pago do quilômetro rodado que, segundo Lima, são insuficientes para cobrir a alta de custo provocada pelo aumento do combustível.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.