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Antifrágil: entenda o conceito defendido por Nassim Taleb

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Nassim Taleb pode ser considerado uma das maiores referências da atualidade para o mercado financeiro e para o empreendedorismo. Afinal, alguns dos seus livros se tornaram best-sellers ao redor do mundo e ajudam investidores e empresários a tomar as melhores decisões financeiras.

Um dos principais conceitos defendidos por Taleb é a antifragilidade – abordado em uma das suas principais obras: Antifrágil. Se você ainda não sabe o que ela significa, vale a pena continuar a leitura deste post.

Reserve alguns minutos para conhecer um pouco sobre Nassim Taleb e entender o que é, afinal, a antifragilidade e sua relação com o mercado financeiro.

Acompanhe!

Quem é Nassim Taleb?

Nassim Taleb nasceu no Líbano em 1960 e se mudou ainda jovem para a França, devido à guerra civil libanesa. Possui graduação em matemática pela Universidade de Paris, um MBA pela The Wharton School e um PHD em Administração pela Universidade de Paris.

Ao longo dos anos, obteve diversos cargos renomados no mercado financeiro, como:

  • Diretor Administrativo do Credit Suisse;
  • Trader Temporário do BNP Paribas;
  • Chefe de trading de derivativos na Bolsa Mercantil de Chicago, etc.

Ele também fundou uma empresa, a Empírica Capital – que administra um grande fundo de hedge.

Atualmente, Taleb não trabalha mais no mercado financeiro e se dedica integralmente ao setor acadêmico – lecionando em grandes universidades, como a Oxford University.

Ele é considerado um dos maiores escritores do mundo quando o assunto é o mercado financeiro. Ficou conhecido por diversas obras, como “A Lógica do Cisne Negro” e “Antifrágil”. Neste artigo, você entenderá melhor sobre as teorias desse segundo livro.

O que é o Antifrágil?

O livro intitulado de “Antifrágil: coisas que se beneficiam com o caos”, de Nassim Taleb, foi publicado em 2012. Essa obra traz um conceito desenvolvido pelo próprio autor, que faz uma analogia aos produtos considerados frágeis – que devem ser manipulados com cuidado.

Se o frágil é aquilo que precisa de máxima atenção para ser utilizado, o antifrágil é justamente o oposto. Ou seja, quanto mais manuseado, mais esse objeto antifrágil se torna forte.

Nassim defende que, em cenários caóticos ou problemáticos, que são extremamente desafiadores para todos, precisamos estar preparados para enfrentar qualquer situação. Nesse caso, o frágil se destruiria. Por outro lado, se você for antifrágil, sairá ainda mais forte desses momentos.

Resiliente x antifrágil

É importante também saber a diferença entre o resiliente e o antifrágil – uma vez que pode ser bastante fácil confundir ambos os conceitos, que são diferentes.

Afinal, enquanto o resiliente passa por momentos complicados e consegue se manter da mesma maneira que antes, o antifrágil resiste aos problemas e se torna ainda melhor. Ou seja, não é apenas se proteger contra possíveis adversidades, mas saber como se beneficiar das adversidades.

A teoria da antifragilidade pode ser aplicada tanto nos investimentos quanto nos negócios. Por isso, o livro de Nassim Taleb pode ser uma leitura interessante tanto para quem deseja empreender quanto para quem está procurando investir melhor.

Antifragilidade no mercado financeiro

No mercado financeiro, investimentos, ativos ou derivativos antifrágeis são aqueles que conseguem se beneficiar das crises e trazer bons resultados aos investidores.

Taleb afirma que alguns destes ativos se beneficiam de choques e conseguem crescer quando se expõem à aleatoriedade, desordem, volatilidade e situações estressantes. É o caso, por exemplo, do ouro (commodity) e das opções (derivativos).

Para que serve o conceito de antifrágil?

Como você deve saber, ninguém consegue prever situações de choque ou crises – como o atentado de 11 de Setembro ou a crise do coronavírus, por exemplo. Mas, quando esses eventos ocorrem, segundo Taleb, por mais que eles nos tragam desafios, podem também representar bons momentos para o crescimento – nas mais diferentes áreas.

Vale ressaltar que as oportunidades não estão em se beneficiar do prejuízo dos outros, mas sim entender que certos acontecimentos, depois que ocorrem, provocam mudanças tão fortes que não há outra alternativa senão ajustar-se rapidamente a eles.

Por exemplo, a crise do coronavírus, em 2020, fez as bolsas e as economias mundiais recuarem forte – levando investidores e empreendedores a amargarem prejuízo. Entretanto, quem investiu no tempo certo – aproveitando do momento de incerteza, pode ter obtido bons lucros.

Da mesma forma, aqueles que souberam absorver o impacto e encontrar boas chances de fazer negócios – inclusive se adaptando à nova realidade – também se destacaram.

Outro exemplo foi a crise das Subprimes em 2008. Muitos investidores conseguiram explorar os efeitos da crise econômica e obter resultados positivos com seus investimentos mesmo em meio ao caos.

Percebe a importância de entender e colocar em prática o conceito do antifrágil na hora de cuidar dos seus investimentos?

É importante ressaltar, ainda, que uma das virtudes do antifrágil está na disposição a se arriscar. Logo, o conceito abordado na obra de Taleb pode ajudar – e muito – os investidores não apenas a buscar por oportunidades na adversidade, mas também a lidar melhor com os riscos.

Como aplicar o conceito de antifrágil no seu dia a dia?

Você já compreendeu que o conceito de antifragilidade pode ser aplicado tanto por empreendedores – que desejam que seu negócio seja antifrágil – quanto por investidores, que podem analisar as alternativas no mercado sob uma ótica diferente.

Seja qual for o caso, algumas lições que podem ser aprendidas a partir deste conceito são:

  • não deixe de agir frente a ameaças;
  • desconfie de tudo que parece estar bem ou ser fácil demais;
  • assimile eventuais mudanças e desafios, buscando se beneficiar a partir deles;
  • não adie seus problemas – enfrente-os.

Apenas não se esqueça que, no âmbito do mercado financeiro, é fundamental avaliar também a sua tolerância a riscos e os seus objetivos. Afinal, não faz sentido se expor a maiores riscos se você não tiver maior abertura a eles, certo?

Por outro lado, se você já investe em ativos de maior risco – como as ações, por exemplo, vale a pena manter a sua estratégia e ficar atento a eventuais oportunidades que o mercado possa lhe oferecer.

E você, tem utilizado o conceito defendido por Nassim Taleb no seu cotidiano? Ou ainda tem lidado com a fragilidade em momentos de crise? Deixe seu comentário!

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