Na primeira edição, São Paulo ocupava a terceira posição, e este ano caiu para a quarta, numa troca de posto com a capital catarinense. Realizada pelo Centro de Liderança Pública (CLP), a lista avalia os 411 municípios brasileiros com mais de 80 mil habitantes, onde vivem mais da metade da população do País.
O estudo analisa 65 indicadores, como funcionamento da máquina pública, questões fiscais, de saúde, educação, segurança, saneamento, meio ambiente, inserção econômica e telecomunicações.
Lucas Cepeda, coordenador de competitividade do CLP, informa que o ranking serve como ferramenta de avaliação da gestão pública pela população, para construção de políticas públicas e atração de investimentos privados.
Segundo ele, 23 dos 27 Estados usam a lista para desenvolver políticas públicas. O CLP também divulga, há dez anos, um ranking dos Estados mais competitivos. “Várias empresas e instituições de fomento estão olhando para o ranking para decidir alocação de investimentos.”
RESPONSABILIDADE FISCAL
A nova lista não traz muitas alterações ante 2020 mas, no geral, apresenta avanços, como a questão da responsabilidade fiscal. Segundo Tadeu Barros, diretor de operações do CLP, do total de cidades avaliadas, 80% cumprem o limite de uso de 60% da receita corrente líquida para pagamento de pessoal. Em 2020, eram 77%. “Mostra maior responsabilidade do gestor, algo em que historicamente há grande irresponsabilidade.”
Por outro lado, Barros avalia que há uma agenda de retomada de crescimento econômico com foco em emprego e renda no pós pandemia, mas, quando se observa o indicador de abertura de novas empresas, ele ainda vê uma grande burocracia. Entre os municípios, 85% têm demora acima de 48 horas para abrir uma empresa. “É uma demonstração da grande dificuldade de se empreender no País”, afirma Barros.
ESTADOS
Barros ressalta que, da lista dos 100 municípios mais competitivos, 49 são do Estado de São Paulo e a grande a maioria fica nas regiões Sul e Sudeste. “O ranking deixa clara a disparidade que há entre as regiões brasileiras”, diz.
A primeira cidade fora do eixo Sul/Sudeste na lista é Recife, na posição 55. Cepeda chama a atenção também para o Estado do Rio de Janeiro, que tem 13 cidades entre as 100 piores da lista. “É uma situação que não se repete em nenhum outro Estado do Sul e do Sudeste.”
SÃO CAETANO MAIS SUSTENTÁVEL
O ranking da CLP incluiu indicadores que avaliam os municípios em relação às praticas de ESG (sigla em inglês para meio ambiente, social e governança) e de ODS (objetivos de desenvolvimento sustentável da ONU).
A lista é diferente da pontuação geral, com São Caetano à frente, seguida por Santos (SP), Barueri (SP), Curitiba (PR), Vinhedo (SP), Jundiaí (SP), Balneário Camboriú (SC), São Paulo e Campinas (SP) e Jaraguá do Sul (SC). O prefeito de São Caetano, Tite Campanella, diz que a cidade tem, por exemplo, 100% de esgoto tratado, coleta seletiva porta a porta uma vez na semana e de resíduos comuns seis vezes por semana.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.