Notícias

Notícias

Bolsas de NY fecham em baixa, em sessão volátil e pressionadas por fala de Powell

Por
Estadão Conteúdos

As bolsas de Nova York fecharam em baixa nesta quarta, 2, em uma sessão de intensa volatilidade inspirada pelas sinalizações do Federal Reserve (Fed). Em princípio, a decisão de política monetária da autoridade de elevar os juros em 75 pontos-base, como era amplamente esperado, chegou a dar impulso às ações. No entanto, na coletiva de imprensa do presidente Jerome Powell, a possibilidade destacada pelo dirigente de aumentos de taxas ainda maiores que os esperado anteriormente pressionou os ativos de risco, e proporcionou ainda um avanço nos rendimentos dos Treasuries.

O índice Dow Jones fechou em baixa de 1,55%, em 32.147,76 pontos, o S&P 500 recuou 2,50%, a 3.759,69 pontos, e o Nasdaq caiu 3,36%, a 10.524,80 pontos.

Para Edward Moya, analista da Oanda, à primeira vista, o Fed parecia favorável às ações em Wall Street, já que deu a entender que está chegando perto de reduzir para um ritmo mais lento seu aperto monetário. O Fed realizou um quarto aumento consecutivo de 75 pontos base, que trouxe a taxa de referência dos Fed Funds para uma faixa de 3,75% e 4,00%. O total de aumentos de taxa para o ano está agora em 375 pontos base, e os dirigentes provavelmente têm mais alguns aumentos em mente, lembra Moya. “A parte hawkish da declaração foi que o Fed antecipa que os aumentos contínuos serão apropriados para atingir uma postura de política monetária suficientemente restritiva para retornar a inflação a 2% ao longo do tempo”, afirma o analista.

Para a Pantheon Economics, o Fed está sinalizando que adotará um ritmo de elevação de juros menor e um aumento de 50 pontos-base é provável em dezembro. Um destaque no comunicado do Fed foi a indicação de que nas futuras altas de juros a autoridade levará em conta “o aperto acumulado da política monetária, as defasagens com que a política monetária afeta a atividade econômica e a inflação e os desenvolvimentos econômicos e financeiros”.

Já Powell afirmou que os juros nos Estados Unidos poderão ser elevados a um patamar acima do que aquele imaginado na reunião de setembro, e reforçou o compromisso em baixar a inflação de volta à meta, de 2% ao ano. O dirigente disse ainda que não quer “cometer o erro” de afrouxar a política monetária cedo demais. As declarações pesaram nas bolsas, que tiveram quedas em empresas de tecnologia como destaque. Para Moya, Powell evitou tornar-se dovish ao lembrar aos investidores que é muito prematuro agradecer pela pausa nos aumentos das taxas.