“Essa expansão (da Eletrobras) entrega para o acionista privado o controle da companhia. Vamos ter que negociar problemas de água e de tarifa lá em Xangai, provavelmente com uma estatal chinesa”, afirmou em sabatina realizada pelo jornal Correio Braziliense. “Se privatizar eu tomo de volta, com as devidas indenizações naturalmente”, completou.
Como mostrou o Estadão, a Eletrobras oficializou sua oferta de ações na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na última sexta-feira, 27, com um pedido de oferta pública de ações ordinárias (com direito a voto). Para Ciro, o movimento acarreta na transferência do regime de águas do País ao capital internacional. Questionado, ele não esclareceu sobre como faria a retomada da empresa.
Petrobrás
Durante a sabatina, o pré-candidato também alegou que sua primeira ação como presidente eleito seria a mudança na estrutura de preços da Petrobras e que compraria os ativos dos acionistas que não quiserem mais investir na empresa após as alterações que propõe na política.
Ciro sustentou que quer publicar dois editais no primeiro dia de um possível governo do PDT. O primeiro, convocando o Conselho de Administração da Petrobras para alterar a política de Paridade de Preço Internacional (PPI), que calcula o custo do combustível a partir das variações do mercado internacional, lastreado, por exemplo, no dólar. Para Ciro, o cálculo deveria ser feito a partir do “custo Petrobras” somado a um lucro em linha, sem a paridade cm a importação.
Como a mudança nos preços poderia levar a uma queda no preço das ações da empresa, o pré-candidato alegou, ainda, que publicaria um segundo edital, em que se compromete a comprar fatias da Petrobras até retomar o controle de 60% dos ativos e transformar a estatal em uma companhia líder na produção de energia limpa.
“Eu vou publicar um edital ao lado do governo dizendo que o governo entrará comprando tantas ações quantas se queiram vender até o limite de integralizar novamente 60% do capital”, completou.
Na entrevista, Ciro voltou a atacar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL) e disse ter histórico de conversas com PSD, União Brasil e PSB, que faz base com o PT nesta disputa eleitoral, para consolidar alianças em um possível governo.