Os EUA enfrentarão uma recessão, altas taxas de juros e uma crise bancária que ainda não terminou.

Isso foi o que afirmou Raghuram Rajan (professor de Finanças da Universidade de Chicago, ex-presidente do Banco Central da Índia e ex-economista-chefe do Fundo Monetário Internacional) em entrevista ao Valor Econômico.

Ele alerta que o mercado parece “otimista demais” ao acreditar que o Fed (banco central americano) começará a cortar as taxas de juros em breve. Além disso, há um problema estrutural nos bancos dos EUA, que terão que lidar com empréstimos de longo prazo contratados a taxas baixas enquanto os depósitos estão ficando mais caros, o que afetará a lucratividade.

Para Rajan, a fusão que aconteceu com o SVB pode ocorrer com outros bancos e haverá uma maior consolidação, mas não será a resposta completa porque haverá algumas perdas. Para ele, os bancos grandes dos EUA com exposições internacionais são relativamente seguros, enquanto os bancos pequenos e médios são os mais problemáticos, mas representam menos ameaça internacional.

Rajan acredita que é cedo para dizer que a crise bancária acabou e que uma recessão leve é provável. Além disso, nunca é um bom momento para ajustar a meta de inflação para cima ou para baixo, pois pode gerar um aumento de inflação e abalar a credibilidade do Fed.