“Nas primeiras reuniões que tivemos com fundos e investidores, eu passava duas horas tentando explicar o que fazíamos, mas hoje o cenário está mudando”, diz Stagni. O executivo define a empresa, que tem o fundo de private equity Advent como controlador, como uma varejista de tecnologia que tem como diferencial um grande processo de distribuição.
Fundada em 2001 pela família Radomysler, a Allied nasceu como uma distribuidora de aparelhos eletrônicos, mas principalmente de celulares, que começavam a ganhar as prateleiras e se tornar objetos de desejo dos brasileiros. Com isso, ela se transformou na maior distribuidora do setor no País.
Porém, como as margens desse segmento não são altas, a empresa percebeu que não poderia parar por aí. Por isso, nos últimos anos iniciou uma forte incursão pelo varejo, que já representa 50% do lucro, apesar de ter uma fatia de apenas 30% na receita. “Em breve, o varejo representará metade do nosso faturamento”, diz Stagni.
Hoje, a Allied é uma das principais vendedoras de eletrônicos no Brasil. Porém, o diferencial da empresa é não apostar em um canal próprio de venda, mas utilizar a marca MobCom para vender nos marketplaces de grandes companhias, como Mercado Livre, Magazine Luiza e B2W, que também são suas clientes no segmento de distribuição. Até mesmo por essa conexão com grandes varejistas, a empresa não pensa em passar a concorrer com seus clientes.
Desde o IPO, feito em 12 de abril deste ano, os papéis da Allied registram uma queda de 8,5% – refletindo o impacto da crise econômica recente em todo o mercado acionário. No mesmo período, o Ibovespa, principal referência da B3, recuou 13%.
Apesar disso, para a analista da corretora XP Larissa Perez, a companhia tem conseguido se transformar bastante nos últimos anos. Prova disso é que ela vê um potencial de valorização de cerca de 50% para os papéis da empresa nos próximos meses.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.